Brasil cai para sua pior posição em ranking de qualidade democrática
Estudo da Economist Intelligence Unit coloca país em 51º lugar em lista de mais de 167 nações
A crise política envolvendo o escândalo de corrupção na Petrobras e a tramitação do pedido de impeachment da presidente Dilma, bem como o pessimismo nacional com o cenário político, fizeram com que o Brasil caísse para sua pior posição em um ranking da Economist Intelligence Unit (EIU) sobre a “qualidade democrática” de 167 países.
A 10ª edição do estudo, publicado pela empresa de análise e consultoria pertencente ao grupo da revista The Economist, traz o Brasil em 51º lugar, sete postos abaixo de sua melhor posição, ocupada entre 2013 e 2015.
O Brasil se encaixou na categoria de “democracia falha” e ficou atrás de diversos vizinhos latino-americanos, de países africanos e mesmo do Timor Leste, nação asiática que se tornou independente da Indonésia há apenas 14 anos. A nota dada pelo ranking à democracia brasileira caiu de 7,38 em 2014 para 6,96 (de um máximo de 10) em 2015.
Além das análises de especialistas, houve pesquisas de opinião pública para medir os níveis de satisfação do público com a política. E, de acordo com Rodrigo Aguilera, analista de América Latina da EIU, as respostas dadas pelos entrevistados no Brasil foram marcadas pelo desânimo.
‘Fraqueza’
“Estou envolvido com o estudo há oito anos e não me lembro de ter visto uma atmosfera tão pessimista no Brasil. Os dados são muito ruins”, disse Aguilera à BBC Brasil.
Sob o título de A Democracia em Tempos de Ansiedade, o estudo levou em conta um grupo de cinco fatores para determinar a classificação dos países: processo eleitoral e pluralismo, liberdades civis, funcionalidade governamental, participação política e cultura política.
Com base nos pontos em cada quesito, os países foram classificados como “democracias completas”, “democracias falhas”, “regimes híbridos” e “regimes autoritários”. “Democracias falhas” seriam países que, apesar de terem eleições livres e respeito às liberdades civis básicas, apresentam o que os autores do estudo classificam como “fraquezas significativas” em outros aspectos da democracia – problemas de governança e de cultura política, assim como baixos índices de participação política da população.
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