Política Nacional

MPF pede que executivos ligados à Odebrecht devolvam R$ 6 bilhões

Valor consta nas alegações finais do processo que apura fraude na Petrobras.
Entre os denunciados está o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht.


O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao juiz Sérgio Moro que condene seis réus do processo que envolve ex-dirigentes do Grupo Odebrecht às fraudes descobertas pela Operação Lava Jato contra Petrobras. Nas alegações finais da ação penal, os procuradores pedem que eles devolvam aos cofres públicos mais de R$ 6 bilhões.

Para os procuradores, o presidente afastado do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht e os ex-executivos Rogério Araújo, Márcio Faria, César Rocha e Alexandrino de Alencar cometeram crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Também é pedida a condenação do ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque.

Segundo o MPF, essas pessoas conseguiram desviar mais de R$ 300 milhões da Petrobras. Marcelo Odebrecht, conforme os procuradores, comandava o esquema. “O envolvimento de empresários do Grupo Odebrecht na organização criminosa era comandado, notadamente, por Marcelo Odebrecht, que atuava na orientação dos demais membros e na coordenação de todas as etapas das práticas delituosas”, aponta o MPF no texto.

Entre as provas da ligação de Marcelo com os desvios da Petrobas, os procuradores mostram mensagens de celular e e-mails do então presidente da empresa. Os documentos foram obtidos durante as investigações. Em um desses e-mails, um ex-funcionário escreveu a Marcelo sobre “um possível sobrepreço em contratação de sondas”.

Noutro trecho das alegações finais, os procuradores dizem que em alguns e-mails, Marcelo Odebrecht “faz referências a obras da Petrobras, demonstrando o conhecimento e envolvimento dele nos assuntos e negócios em relação a ela”. Numa troca de e-mails, ele orienta a outros executivos da Odebrecht sobre a tática de abordagem a funcionários da Petrobras. “Quanto a Petrobras, precisamos ver quem é que decide este assunto e a estratégia para influenciá-lo”, escreveu o executivo.


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