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Parceria vai desenvolver vacina contra o zika vírus

A partir da união de esforços entre os dois países, o ministro avalia que a vacina poderá ficar pronta para aplicação em até três anos. Dentro desse prazo, a parte do desenvolvimento poderá ser encurtada de dois para um ano. Logo após, serão necessários mais dois anos para produção e comercialização do produto.


O governo brasileiro firmou uma parceria com a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, para o desenvolvimento de uma vacina contra o zika vírus. O anúncio realizado pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, informa que o Brasil destinará US$ 1,9 milhão em recursos para pesquisar a imunização, e se for necessário haverá reforço de verbas por parte do governo brasileiro.

A partir da união de esforços entre os dois países, o ministro avalia que a vacina poderá ficar pronta para aplicação em até três anos. Dentro desse prazo, a parte do desenvolvimento poderá ser encurtada de dois para um ano. Logo após, serão necessários mais dois anos para produção e comercialização do produto.

A pesquisa será realizada por cientistas brasileiros e norte-americanos do Instituto Evandro Chagas, que tem sede em Belém do Pará, e da Universidade do Texas Medical Branch, centro colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para pesquisa em vacinas de doenças infecciosas emergentes.

“O prazo para o desenvolvimento da pesquisa é de dois anos, mas nossos cientistas e os da Universidade do Texas estão otimistas e acham que poderão fazer em um ano”, afirmou Castro. “Mas desenvolver não significa vacina pronta para ser aplicada. A partir disso, terão que ser feitos testes em animais e humanos e isso demora, conclui o pesquisador.”

O acordo ainda prevê a instituição de um comitê de coordenação, do qual deverão participar organismos internacionais, como a OMS. O comitê deverá se reunir pelo menos duas vezes ao ano com o objetivo de analisar o progresso da pesquisa. “A ideia é que já no primeiro ano sejam feitos os primeiros ensaios pré-clínicos, simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos. Em Galveston, na cidade do Texas, serão realizados testes em camundongos e, em Belém, em macacos. Essa testagem simultânea dará maior celeridade ao processo, possibilitando que, já no segundo ano, possam ser iniciados os ensaios clínicos”, explicou o diretor do Instituto Evandro Chagas, pesquisador Pedro Vasconcelos.

Epidemia

Desde 2015, o Brasil enfrenta uma grave epidemia de microcefalia provocada pelo zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Entre outubro do ano passado e fim de janeiro deste ano, o País registrou 4.783 casos suspeitos de microcefalia por infecção de zika vírus, com 404 casos já confirmados.

Conforme os dados mais recentes do Ministério da Saúde sobre a epidemia, o zika vírus está se espalhando de forma veloz, sendo detectado em 21 estados e no Distrito Federal. “Pode haver uma pandemia de 4 milhões nas Américas em 2016. Essa pandemia se propaga de maneira mais veloz que a dengue e os únicos países que sairiam ilesos seriam Canadá e Chile. Essa pandemia é uma preocupação internacional”, comentou o ministro.


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