Receita já abriu 484 investigações no âmbito da Operação Lava Jato
Órgão vai cobrar R$ 1,4 bilhão em tributos, multas e juros dos investigados
Desde o início das investigações da Operação Lava Jato, há quase dois anos, a Receita Federal já instaurou 484 investigações de pessoas e empresas para apurar crimes fiscais dentro do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Com a apuração, a Receita pretende cobrar dos investigados um montante de mais de R$ 1,4 bilhão em tributos, multas e juros. No total, a Lava Jato já identificou desvios na ordem de R$ 42 bilhões. A Receita também já fez 18 representações por crimes cometidos na área fiscal pelos investigados. O material será encaminhado à força-tarefa da Lava Jato para complementar as acusações contra eles.
Logo depois que a operação teve início, a inteligência do órgão montou equipes especiais de fiscalização com dezenas de auditores fiscais.
Em conjunto com procuradores do Ministério Público, a Receita descobriu como os operadores do esquema de corrupção distribuiam o dinheiro desviado da Petrobras: de saques e entregas em espécie a pagamentos entre contas no exterior e o uso de consultorias falsas para disfarçar o repasse de propina.
Para investigar o patrimônio dos suspeitos de envolvimento no esquema, a Receita desenvolveu um programa de computador que cria uma identificação gráfica da teia de relacionamentos dos investigados na Lava Jato. O programa concentra em uma única base de dados todas as informações que os auditores fiscais precisam para selecionar os suspeitos, mapear o caminho do dinheiro e identificar pessoas e empresas que foram utilizadas para esconder os recursos desviados.
Segundo o subsecretário de Fiscalização da Receita, Iágaro Martins, caso exista uma ligação entre dois suspeitos, o programa revelará o vínculo. “Nosso objetivo é conseguir mostrar justamente o que eles querem esconder. Ou seja, onde está o dinheiro deles”, afirmou em entrevista à TV Globo.
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