Cidades

Na contramão da média nacional, cresce no Amapá o número de empresas

Dados da Junta Comercial mostram que registro de novas firmas representa o dobro das que encerram as atividades


Em meio a tantas notícias negativas por causa do turbilhão causado pela crise econômica que assola o país, durante entrevista exclusiva concedida na manhã desta sexta-feira, 19, ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o presidente da Junta Comercial (Jucap), Gilberto Laurindo, deu uma notícia alvissareira: na contramão das estatísticas nacionais, o registro de novas firmas no Amapá representa o dobro das que encerram suas atividades. Enquanto no Brasil 191 mil firmas deram baixa em seus registros nas juntas comerciais – cerca de 82,3% do universo de 232 mil abertas em 2015, no Amapá foram registradas 2.755 empresas, enquanto 1.426 der am baixa, o que representa um crescimento de quase 50%.
 
“As estatísticas são claras mostrando o grande número de empresas que, em meio às crise financeira e da economia brasileira, opta por encerrar as atividades, em comparação ao universo daquelas que abrem as portas. De janeiro a junho deste ano, 191 mil firmas deram baixa em seus registros em todo o país; no Amapá, a situação é tranquila, apesar dos sérios problemas causados pela crise”, analisou Laurindo.
 
Gilberto Laurindo alertou, entretanto, sobre a inconsistência dos números, por não se ter, no país, uma estatística real por causa da grande ocorrência de casos em que empresas fecham as portas sem a baixa da firma na juntas comerciais: “Esse fenômeno acontece em grande escala; como espelho da crise, ao enfrentar dificuldades a empresa encerra suas atividades mas não é dado baixa na Junta Comercial, muitas vezes na esperança de que as coisas melhorem e as atividades sejam retomadas mais na frente; isso também ocorre muitas vezes por causa das dificuldades impostas pela burocracia para efetivar essa baixa; no Amapá, felizmente, já superamos esse obstáculo, com a impla ntação de um sistema informatizado que permite abrir e dar baixa numa firma em até 1 hora”, anunciou.
 
Abertura e baixa e tempo recorde
 
De acordo com Gilberto Laurindo, desde o início de 2015, quando ele assumiu a presidência da Jucap, o processo de abertura e baixa de firma foi simplificado no Amapá: “Em Macapá, nós já informatizamos todo o sistema; não trabalhamos mais com papel; é tudo digitalizado; o tempo para abrir e dar baixa em firmas está sendo feito em média em 1 hora, de forma completa, inclusive com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) e Inscrição Estadual. E já batemos o recorde nacional, ao concluir um processo em 23 segundos”, comemora.
 
O presidente da Jucap revelou, também, que o processo de digitalização será implantado em todos os municípios amapaenses: “Já adquirimos e mandamos para Oiapoque todo o equipamento, e dentro de um mês o sistema estará funcionando normalmente. Nossa intenção é implantar esse sistema nos 16 municípios, tirando definitivamente a burocracia desse processo, inclusive já estamos articulando junto aos Correios um sistema de certificação, de assinatura digital, que possibilitará a realização de todas as ações através da internet, sem a necessidade da pessoa comparecer à Junta Comercial para apresentar os documentos ne cessários”.
 
Crise
 
Ao analise a crise que o país enfrenta, Gilberto Laurindo afirmou que a dependência de 50% do setor público e a queda do preço de commodities são os grandes responsáveis pelo agravamento da situação no Amapá: “Na minha concepção, a crise é eminentemente pública, institucional e até mesmo psicológica, mas ela é real; o Amapá depende 50% dos repasses de verbas públicas; outra parte do ramo da mineração, onde temos uma forte crise instalada, além da queda do preço commodities, o que afeta diretamente o estado. Metade do PIB (Produto Interno Bruto, que é o acumulado de riquezas) do estado é público; quando o ente público está doente acaba contaminando o resto; como o outro principal é o setor de mineração, o resto é contaminado; por isso, no Amapá a crise mostra reflexos bem mais negativos”.

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