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Presos da Operação Créditos Podres já estão no Iapen

O contrato com a Alap visou fraudar o pagamento de contribuições previdenciárias devidas por aquela Casa de Leis à Receita Federal do Brasil (RFB). Chegou a ocorrer saque de até R$ 4 milhões.


Osvaldo Coelho Bernardo e Danton Moura da Silva (sócios da empresa Bernacom), Julielton José Lisboa Santana e José Gomes da Silva (sócios da Kencco Empreendimentos) e Daniel Sena de Freitas, que atuava como informante e segurança da Bernacom, foram os presos nesta quarta-feira (24), na terceira fase da Operação Créditos Podres deflagrada pela Polícia Federal. Eles já estão no Iapen.

Além deles, foram conduzidos para prestar esclarecimentos Marcelo da Silva Seabra (motorista), Mamede Leal (nada a ver com o ambientalista e servidor público Mamede Leal Siqueira) e Antônio Maria Saldanha de Brito.

Na operação realizada nesta quarta-feira, a PF teve como foco pegar pessoas e empresas que receberam valores advindos da empresa Sigma, contratada pela Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) no ano passado, provavelmente para a lavagem de dinheiro e realização de repasses à pessoas e autoridades indicadas pelo esquema.

Um levantamento do Ministério Público Federal (MPF) apontou que a Sigma Empreendimentos, empresa de Walmo e Walkir Maia (pai e filho), repassou para a Kencco (que seria de propriedade dos sócios da Bernacom) mais de 70% do que recebeu da Assembleia Legislativa, com quem assinou um contrato fraudulento de R$ 15.483.313,20, resultando, de acordo com o MPF, em prejuízo na ordem de R$ 11.033.550,55, valor efetivamente pago à empresa de Walmo e Walkir.

O contrato com a Alap visou fraudar o pagamento de contribuições previdenciárias devidas por aquela Casa de Leis à Receita Federal do Brasil (RFB). Chegou a ocorrer saque de até R$ 4 milhões.

De acordo com o MPF, pelo menos R$ 7 milhões foram transferidos para a empresa de fachada Kencco, que até seis meses atrás funcionava em um ponto comercial acanhado na Rua Hamilton Silva com a Avenida Tupi, bairro do Beirol, de propriedade de uma senhora de prenome Sânia. A Kencco tinha apenas os dois sócios e um capital social declarado de R$ 300 mil, com cotas divididas entre Julielton Santana e José Gomes. Para o MPF e Polícia Federal, a Kencco foi criada apenas lavar dinheiro e fazer repasses.

 

Durante depoimento, José Gomes declarou que havia vendido a Kencco para Walmo Maia Cardoso, o dono da Sigma, e que sacou R$ 4 milhões em dinheiro do contrato com os quais fez transferências e depósitos para contas indicadas por Maia sem receber nada pelo trabalho.

As investigações também apontam que a Kencco transferiu R$ 1 milhão para a conta da Bernacom, além de mais R$ 50 mil para cada um dos sócios da empresa e mais R$ 6 milhões fracionados.

Daniel Sena de Freitas teria feito saque de R$ 2 milhões, e Marcelo da Silva Seabra, apontado como ex-servidor da Assembleia Legislativa, teria sacado R$ 110 mil. Seabra teve um carro apreendido.

A Bernacom, que atua com serviço de limpeza e conservação, e têm contratos com o governo do Amapá, não paga seus empregados há quatro meses. Hoje, em plena chuva, vários deles protestaram em frente ao prédio da empresa, no bairro do Trem. Uma empregada chegou a se acorrentar. 

O Ministério Público Federal acredita que Osvaldo Bernardo e Danton Moura, os donos da Bernacom, seriam os principais destinatários do dinheiro dos créditos podres, pois teriam valores para a Sigma, cujo capital seria de apenas R$ 50 mil, antes da assinatura do contrato com a empresa de Walmo Maia.


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