Vacinar amapaenses é prioridade
Senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) avaliou ações realizadas durante seu mandato no combate à pandemia e defesa de políticas de atendimento à população. Ele diz que vacinar amapaenses é prioridade.
Da Redação
Vamos começar com o assunto mais importante: vacina. O senhor tem feito uma luta grande para trazer vacinas não só para o Amapá, mas para o Brasil. Como isso está, temos boas notícias? O que precisa ser feito para acelerar a imunização?
Nossa prioridade numero 1 é a vacina. Em especial a vacina pro nosso Amapá. Por isso estamos correndo contra o tempo nisso. Lamentavelmente o governo brasileiro perdeu a primeira chamada dessa viagem. Em agosto foram ofertados setenta milhões de doses da Pfizer. O governo negou a aquisição, atrasou na autorização da Coronavac, não se associou ao Consórcio Internacional Covax Facilit quando deveria e temos informações de que houve restrições à Sputnik. Começamos a vacinar só em fevereiro. Estabeleci contato com os laboratórios da Pzier e da Janssen, elaborei junto com o senador Rodrigo Pacheco (presidente do Congresso Nacional) a lei 14.123 que estabelece que a União assuma a responsabilidade civil pelos efeitos adversos das vacinas. Lutamos pela autorização da Coronavac, né? A Coronavac é hoje o imunizante que mais vacina os brasileiros, de cada dez vacinados, oito são com a vacina do Butantan. Essa semana chegou um milhão de doses da Pfizer e agora toda semana nós teremos pelo menos um milhão de doses até setembro, isso vacinará cinquenta milhões de brasileiros. Por causa da nossa lei, a Janssen também comercializou as suas vacinas com o Brasil, então entre setembro e dezembro nós teremos 38 milhões de doses da vacina da Janssen. Tudo isso devido a lei que nós elaboramos no Senado. Temos que aumentar, urgentemente, a média de vacinação no Brasil pra vacinar, por dia, pelo menos quinhentos mil brasileiros. Temos que vacinar um milhão de brasileiros até dezembro.
Sendo senador pelo Amapá e tendo um importante cargo na CPI da Covid, os problemas enfrentados localmente no estado serão agenda da Comissão Parlamentar de Inquérito?
Essa semana aprovamos o requerimento para buscar todas informações relativas a transferência de recursos para o Governo do Estado e para as prefeituras, em relação ao enfrentamento da pandemia, que é um dos objetos da investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito. Além disso, nós vamos cobrar da Anvisa a celeridade pra termos mais vacinas, tendo mais vacinas, teremos vacinas para os amapaenses. A CPI é importante pra todos os brasileiros e o Amapá é Brasil, temos que ter um caráter investigativo pra saber porque temos tantas mortes e temos que ter também um caráter investigativo para saber como foram aplicados os recursos que foram utilizados pelo governo federal, pelos governos estaduais e prefeituras.
Na sua avaliação, o apagão de novembro e os prejuízos decorrentes dele agravaram a pandemia no Amapá? Este será um assunto debatido pela Comissão?
Eu tenho a impressão que sim! Além disso tivemos uma segunda onda no Amapá, mais violenta do que a primeira onda. Porque foram desenvolvidas novas cepas, que chegaram logo no Amapá. E por que foram desenvolvidas novas cepas? Porque ocorreram incentivos a aglomerações durante o apagão. O caos que ocorreu em Manaus chegou dramaticamente nos meses de março e abril aqui. Estamos com a maior tragédia da história do Amapá, 1.500 mortos. São as pessoas que conhecemos: Ricardino, professor Ulysses, professor Amiraldo, querido companheiro meu, dona Raquel, Guilherme Jarbas. O porquê dessa segunda onda ter nos atingido aqui no Amapá é uma das razões que nós temos que investigar na CPI.
O senhor tem destinado recursos de emenda parlamentar para programas de auxílio-alimentação no estado. Como funciona e para quem foi pensada essa iniciativa?
Desde o começo da pandemia e pelas consequências econômicas, a nossa prioridade era vacina. Por isso, todos os meus recursos de emendas parlamentares do ano passado, destinei para auxílio alimentação em Macapá, Santana, Laranjal do Jari, Oiapoque e outros municípios. Esses recursos já estão chegando aos mototaxistas, empreendedores populares, etc. Passamos a apoiar uma campanha da sociedade civil chamada “Amapá Solidário”, com as igrejas católica e evangélica e por outras organizações arrecadação de recursos e alimentos para socorrer os que precisam.
Segundo dados do IBGE, o Amapá fechou 2020 com 59 mil desempregados. Em tempos de crise sanitária e econômica, o que o poder público deve fazer para garantir trabalho e renda?
Primeiro o poder público deveria ter se preparado pra isso. Todos níveis de governo, deveriam ter tomado medidas para socorrer o setor de serviços que mobiliza 30% da economia do Amapá. Ainda dá tempo, basta apoiar o setor de serviço, bares, restaurantes, comércio em geral, para que não tenha demissão. É um esforço de todos. Temos que avançar na imunização. Quanto antes a gente consiga imunizar os amapaenses, mais rapidamente sairemos das crises sanitária e econômica.6) Na condição de vice-presidente da CPI, o que acha que pode ser feito para melhorar a condução da pandemia no Brasil?Vamos cobrar da Anvisa a autorização para uso emergencial de novas vacinas. A ANVISA não pode tratar tempos de guerra como se fosse tempo de paz. Tendo mais vacinas a gente avança na vacinação dos amapaenses.
É possível equilibrar o fortalecimento da prevenção à Covid-19 com a recuperação da economia?
Só tem recuperação da economia se sairmos da crise sanitária. Por isso, nós temos que buscar a imunização e, inclusive, impedirmos que possa vir a ter uma terceira onda da pandemia.
O senhor tem usado como palavra de ordem “Vacina no braço, comida no prato”. Por que?
Precisamos colocar a vacina no braço pra poder termos recuperação econômica e ter retomada dos empregos, as pessoas estão passando fome. Então, temos que tomar todas as medidas necessárias para minimizar o drama que as pessoas estão sofrendo.
Perfil
Randolfe Rodrigues – Graduado em História pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e Direito pela Faculdade Estácio do Amapá (Famap), especialista em Direito Público pela mesma instituição, MBA executivo em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ).
HISTÓRICO
Professor universitário, foi secretário estadual de juventude (1995-98), deputado estadual (1999-2006). Em 2010, foi eleito o mais jovem senador daquela legislatura, tendo obtido a maior votação da história do Amapá: mais de 200 mil votos. Em 2015, filiou-se à Rede Sustentabilidade.
ATUAÇÃO
PARLAMENTAR
Em 2018, foi reeleito senador com mais de 264 mil votos, a segunda votação mais expressiva do Brasil, a maior do Amapá. É lider RAPS desde 2018.Em abril de 2021, escolhido vice-presidente da CPI da COVID, que vai Investigar ações e omissões no combate à pandemia pelo poder público, além de repasses federais a estados e municípios. Quer esclarecer pontos como: se governo foi omisso ou não na aquisição de vacinas; se colocou a população em risco ao estimular o uso de medicamentos sem eficácia, como a cloroquina; etc.
Fotos: ASCOM/SENADOR
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