Telmário é escolhido relator de caso Delcídio no Conselho de Ética
Senador do PDT substitui Ataídes de Oliveira, que foi considerado impedido.
Delcídio foi preso em 2015 acusado de atrapalhar investigações da Lava Jato.
O senador Telmário Mota (PDT-RR) foi escolhido nesta quarta-feira (2) para ser o novo relator da representação que apura quebra de decoro parlamentar por parte de Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado. Mota foi escolhido por sorteio e foi um dos 13 senadores que votaram contra a prisão de Delcídio no plenário do Senado.
Após ser escolhido, o pedetista terá um prazo de cinco dias úteis, a partir desta quinta (3), para apresentar um parecer favorável ou não à continuação do caso. O novo relatório deverá ser apresentado na sessão do conselho da próxima quarta-feira (9).
Delcídio do Amaral foi preso em novembro do ano passado acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. O senador foi gravado oferecendo dinheiro e um plano de fuga para que Nestor Cerveró não o citasse durante depoimento de delação premiada.
Uma semana após a prisão de Delcídio, a Rede e o PPS protocolaram a representação no Conselho de Ética para apurar se Delcídio feriu o decoro parlamentar na ocasião.
A defesa do senador, que está afastado do PT, alega que Delcídio não estava exercendo a função de parlamentar quando foi gravado e que as declarações – inclusive aquelas em que Delcídio diz que conversaria com ministros do Supremo Tribunal Federal – foram “simples” bravatas.
Na semana passada, após pedido da defesa de Delcídio, o Conselho de Ética considerou o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) impedido de continuar na relatoria. A defesa de Delcídio do Amaral alegava que, por ser do PSDB, Ataídes Oliveira não tinha isenção suficiente para ocupar o cargo de relator.
O motivo é o fato de ele ser do Bloco da Oposição, composto também PV e DEM, partido que apoiou por escrito a representação da Rede e do PPS em desfavor de Delcídio. Por este motivo,o presidente João Alberto acatou o pedido da defesa de Delcídio do Amaral.
Antes do início da sessão que escolheu o novo relator do caso, os membros do colegiado se reuniram a portas fechadas para ouvir um recurso do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Randolfe queria que o entendimento sobre o número de possíveis relatores do caso fosse revisto a fim de que mais senadores pudessem participar do sorteio.
De acordo com entendimento preliminar do Conselho de Ética, apenas três senadores poderiam relatar a representação: Sérgio Petecão (PSD-AC), Romero Jucá (PMDB-RR), membros do bloco da Maioria; e Douglas Cintra (PTB-PE), do bloco União e Força.
Isso porque os demais senadores fazem parte dos blocos Apoio ao Governo – composto por PT, partido de Delcídio, e PDT; Oposição – formado por DEM, que apoiou a representação, PSDB e PV; e Socialismo e Democracia – integrado por Rede e PPS, autores da representação, e PSB. O entendimento previa que nem o bloco do representante, nem o do representado e nem o do paritdo apoiador poderiam ter senadores escolhidos relator.
Deixe seu comentário
Publicidade