Eduardo Cunha recusa notificação, mas diz não estar ‘fugindo’
Procurado para ser notificado da decisão de conselho, se disse em reunião.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se recusou nesta quinta-feira (3) a receber a notificação sobre a decisão do Conselho de Ética de dar prosseguimento ao processo disciplinar contra ele.
Para não receber a notificação, Cunha justificou dizendo que se encontrava em reunião e que não “está fugindo”.
A entrega foi, então, agendada para a tarde de segunda-feira (7), sem horário definido. O prazo de dez dias para que Cunha apresente defesa ao Conselho de Ética só começa a contar depois que ele for notificado.
Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir julgamento que deve fazer de Cunha réu em ação penal por suposto envolvimento em crimes investigados na Operação Lava Jato, o que ele nega. O julgamento começou na quarta (2), e a maioria dos ministros (seis) já tinha se manifestado a favor da abertura da ação penal contra Cunha.
Na madrugada de terça (1º) para quarta-feira (2), o Conselho de Ética aprovou o relatório preliminar que pede a continuidade das investigações sobre a acusação de que ele teria ocultado contas bancárias secretas na Suíça e mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras. Cunha nega ser o dono das contas, mas admite ser o beneficiário de ativos geridos por trustes no exterior.
Em reunião
Pela manhã, uma servidora do conselho foi até o gabinete da presidência para entregar a notificação, mas ele não a recebeu alegando estar em uma reunião.
O presidente da Câmara se justificou afirmando não ser “obrigado a estar na porta” e que o normal é marcar horário.
“Eu não sou obrigado a estar na porta, esperando a hora que resolverem aparecer, quando eu estou no plenário ou quando estou em qualquer lugar. Todas as notificações eu sempre recebi e marco hora, inclusive o Supremo Tribunal Federal. Todas as notificações do Supremo Tribunal Federal eu marquei e recebi na minha casa. Então, eu não tenho problema com relação a isso”, afirmou.
Cunha, que já trocou farpas públicas com o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), e acusou o colegiado de querer atrair mídia negativa para ele e “jogar para a plateia”.
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