Com atual ritmo de vacinação contra a Covid-19, Brasil é capaz de frear vírus até dezembro
Com 989,5 mil doses por dia em média, em 5/12, o país terá vacinado com as duas doses, 70% da sua população, limiar estimado para a chamada imunidade coletiva
Se o Brasil continuar aplicando vacinas contra Covid-19 no ritmo alcançado em junho, com 989,5 mil doses por dia em média, em 5 de dezembro o país terá vacinado plenamente, ou seja, com as duas doses, 70% da sua população: o limiar estimado para a chamada imunidade coletiva, capaz de frear a taxa de contágio da pandemia.
Apesar de ter começado a campanha com um quinto dessa velocidade e ter oscilado até aqui, especialistas acreditam que agora existem condições para que esse ritmo se mantenha e talvez seja até ampliado.
“Tendo vacina disponível, tenho certeza de que a gente consegue manter esse ritmo”, afirma Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
A campanha de vacinação da gripe está terminando agora, e vai livrar uma força de trabalho para cuidar da vacinação de Covid-19. Além disso, agora estamos vacinando por critério de idade, que é bem mais fácil de administrar do que o das comorbidades, que envolve exames, atestados.
A disponibilidade de vacina, porém, ainda é um fator de incerteza que pode atrapalhar os planos para 2021. O cronograma atual de entregas do Ministério da Saúde daria conta de manter aplicação de 1 milhão de doses por dia, mas em meses anteriores as previsões foram revistas várias vezes.
“A previsão depende dos laboratórios. Eles são obrigados a dizer quanto vão entregar por mês, mas em função da pandemia todos eles colocaram nos contratos uma cláusula estabelecendo que não podem nem ser punidos se houver atraso. É uma situação peculiar que estamos vivendo”, diz a epidemiologista Carla Domingues, que coordenou o Programa Nacional de Imunização (PNI) de 2011 a 2019.
José Cássio de Moraes, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, está um pouco mais otimista com o cumprimento dos contratos.
“O risco de ocorrer problemas no segundo semestre provavelmente é menor, porque Europa, EUA e outros países ricos já terão vacinado muita gente, e pode sobrar mais vacina para entregas no Brasil”, afirma o epidemiologista.
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