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Vinícius Gurgel admite erros e pede desculpas à população

Ao vivo, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o deputado reconheceu ter cometido ‘equívocos’, mas sustenta que é dele a assinatura em documento no Conselho de Ética.


Protagonista de posicionamentos políticos no mínimo equivocados, em série, desde que Eduardo Cunha (PMDB/RJ) passou a ser alvo de um processo para destituído do cargo de presidente da Câmara, em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira, 10, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o deputado federal Vinícius Gurgel (PR/AP) admitiu que tem cometido erros e, por isso, pediu desculpas à população; aos amapaenses, ele pediu que as ações positivas de seu trabalho em Brasília sejam reconhecidas, mas garantiu que o último imbróglio, que repercute na imprensa nacional, é ‘maldoso’, porque foi ele mesmo quem assinou o documento de renúncia do Conselho de Ética da Câmara.

“Eu já expliquei muitas vezes, ao meu modo, de forma natural, espontânea, muito verdadeira, que se a assinatura (no pedido de renúncia) diverge um pouco da oficial, ocorreu por conta dos remédios que tomo para insônia, um problema que, todos que me conhecem sabem, me acompanha desde criança, além do fato de que eu tomei um litro de vinho na noite anterior, e me encontrava sonolento no aeroporto, porque tive que acordar muito cedo; entretanto, a assinatura é minha, não há o que se contestar com relação a isso”, explicou.
 
Questionado pelo apresentador do programa, o jornalista e radialista Luiz Melo, sobre os posicionamentos políticos que tem adotado desde quando foi deflagrado o processo de impeachment de Eduardo Cunha, de quem é um dos mais aguerridos aliados, o que levou ao desgaste da imagem, com repercussões negativas em todo o país, lembrado da necessidade de “colocar mais juízo na cabeça para não jogar o mandato fora”, humilde, Vinícius Gurgel reconheceu que tem cometidos erros, pediu desculpas no ar, mas defendeu o presidente da Câmara.
 
“Reconheço, sim, que tenho me posicionado, algumas vezes, de forma equivocada, por isso peço desculpas à população do Amapá pelos excessos e agradeço os conselhos que recebi agora; prometo que vou seguir esses conselhos; quanto ao presidente Eduardo Cunha, reitero que sou aliado dele, sim, e vou permanecer na vanguarda da defesa dele, porque o que está acontecendo é uma ação articulada por opositores contra alguém que não deve absolutamente nada, tanto que diante dessas acusações, ele (Cunha) não sofreu nenhuma reprimenda por parte da justiça, justamente porque não há provas contra ele, ao contrário de outros poderosos que já foram até mesmo levados para a prisão”.
 
Vinícius Gurgel pediu que haja reconhecimento da população ao trabalho positivo que vem desenvolvendo em Brasília: “Sem contar com o que realizamos no primeiro mandato, no atual já contabilizamos incontáveis conquistas, entre as quais destaco a construção de 65 quilômetros da BR-156 no trecho Sul, que liga Macapá ao Vale do Jarí, além da construção de creches e muitos outros benefícios garantidos, com os recursos já na conta do Governo do Estado; não são promessas de recursos, são recursos já assegurados para a execução de projetos de grande importância para o desenvolvimento do Amapá. Isso deve ser reconhecido”, pediu.
 
Equívocos em série
 
Na noite do dia 1º de março e início da madrugada do dia 2, foi votada no Conselho de Ética e aprovada admissibilidade do processo contra Eduardo Cunha. Vinicius Gurgel, um dos apoiadores declarados de Cunha, não estava em Brasília no momento da votação, o que faria com que o 1º suplente assumisse sua posição. Como quem assumiria o posto de Gurgel era um petista, apareceu um documento, assinado por Vinicius Gurgel, vindo da Mesa Diretora para o Conselho de Ética em que o deputado do Amapá renunciava a sua vaga, dessa forma, outro parlamentar do seu partido seria colocado lá, não um petista que votaria contra Cunha.
 
Entretanto, segundo denuncia do jornal Folha de S. Paulo, a assinatura de Gurgel no documento é falta. De acordo com dois laudos grafotécnicos apresentados pelo jornal, a falsificação era “grosseira” e primária”. Ao se defender da acusação, Vinicius Gurgel (PR-AP) disparou: “Eu bebo. Podia estar de ressaca. Quando a pessoa está de ressaca, não escreve do mesmo jeito, fica tremendo”, afirmando, pouco tempo depois, que tinha “bebido muito no dia anterior”.
 
Essa não foi a primeira afirmação infeliz do deputado Vinicius Gurgel. Em reunião no mesmo Conselho de Ética, o parlamentar já havia dito que o colegiado estava virando um “cabaré”, uma “suruba”. As palavras foram ditas por Gurgel depois de uma das muitas discussões que ocorreram entre  petistas e aliados de Cunha nas reuniões do Conselho de Ética.
 
Vinicius Gurgel também trocou diversas farpas com o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), chegando a chama-lo de ditador por “cercear” seu direito de fala. O caso ocorreu quando Araújo já tinha avisado aos parlamentares que encerraria as discussões e iniciaria as votações, Gurgel chegou atrasado e pediu para falar, porém, o presidente negou a palavra ao deputado do Amapá.

 


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