Revista diz que Erenice desviou R$ 45 mi de Belo Monte para campanhas
Segundo a publicação, as revelações estão na delação premiada do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo no Senado, preso em uma das etapas da Operação Lava Jato e atualmente em recolhimento domiciliar. Devido à prisão, ele teve a filiação ao PT suspensa pelo partido.
A ex-ministra da Casa CivilErenice Guerra teria sido a principal operadora de um esquema de corrupção que desviou R$ 45 milhões de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, para campanhas eleitorais do PT e do PMDB, segundo informou reportagem da edição deste fim de semana da revista IstoÉ.
Segundo a publicação, as revelações estão na delação premiada do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo no Senado, preso em uma das etapas da Operação Lava Jato e atualmente em recolhimento domiciliar. Devido à prisão, ele teve a filiação ao PT suspensa pelo partido.
A delação premiada de Delcídio ainda está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, homologue o acordo nos próximos dias. Depois disso, os depoimentos de Delcidio poderão servir de base para futuros inquéritos e investigações, inclusive no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com a reportagem, no acordo de colaboração assinado pelo senador, ele conta que os ex-ministros Erenice Guerra e Silas Rondeau, do governo Luiz Inácio Lula da Silva, e Antonio Palloci, dos governos Lula e Dilma Rousseff, movimentaram cerca de R$ 25 bilhões e desviaram pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014.
“A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014”, afirmou Delcídio aos procuradores da Lava Jato, de acordo com a revista.
A reportagem diz que os relatos feitos pelo senador mostram que a suposta operação montada para desviar dinheiro público de Belo Monte começou a ser arquitetada ainda no leilão para a escolha do consórcio que tocaria a obra, em 2010, e se desenrolou até pelo menos o início do ano passado, com a Lava Jato já em andamento.
O senador explica na delação, segundo a revista, que os desvios de recursos do projeto da usina vieram tanto do pacote de obras civis, que consumiram cerca de R$ 19 bilhões, como da compra de equipamentos, que chegou a R$ 4,5 bilhões. Em todas as etapas do processo teria havido superfaturamento.
Todo o esquema, segundo o relato do senador reproduzido por IstoÉ, foi coordenado por um triunvirato formado pelos ex-ministros Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antônio Palocci, especialmente Palocci e Erenice, que seria uma das principais escudeiras da presidente Dilma Rousseff.
Deixe seu comentário
Publicidade