Política Nacional

Reforma tributária: Ministro Paulo Guedes reclama de pressão contra taxação dos dividendos

Taxação em 20% dos dividendos —atualmente isentos de impostos — é a medida mais polêmica da proposta. ‘Tem lobby, tem pressão, tem de tudo’, afirmou ministro da Economia


O ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamou de pressões contra a proposta de taxação dos dividendos (parcela do lucro distribuída aos acionistas). A medida é a mais polêmica do projeto de reforma tributária do imposto de renda de pessoas físicas, empresas e investimentos, apresentada pelo governo em junho. Atualmente, os dividendos são isentos de impostos. O governo propôs uma taxação em 20%.

“Nós temos tecnologia para fazer tudo direito. Mas você sabe que é muito mais difícil no mundo real. Tem lobby, tem pressão, tem de tudo: lobisomem, mula sem cabeça, criatura do pântano, pirata privado”, afirmou.

Guedes fez uma comparação entre o imposto sobre dividendos no Brasil e em outros países.

“A renda dos mais ricos — não interessa se vem de salários, alugueis, bônus bilionários ou dividendos —, ela devia cair no progressivo [tabela do IR em que a alíquota vai crescendo conforme a faixa de renda] e ponto final”, declarou o ministro. “É muito difícil você explicar o imposto sobre dividendos estar entre 20 e 40% no mundo inteiro, e no Brasil é zero.”

Ele disse, ainda, que a reforma tributária vai sair “bem feita” ou “não vai sair”. O texto já está em tramitação na Câmara. O relator é o deputado Celso Sabino (PSDB-BA).

“Ou vai sair bem feito ou não vai sair [reforma tributária]. Não vai ter negócio de aumentar imposto”, disse Guedes.

 

Críticas

Um grupo de mais de 120 entidades do setor empresarial enviou nesta semana uma carta ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrando alterações na proposta.

Eles afirmam que a alíquota total de impostos federais cobrados sobre as empresas aumentaria, em média, de 34% para 43,2% com a tributação sobre os dividendos.

Líderes de nove partidos da Câmara divulgaram manifesto contra a proposta. Eles classificaram como “antirreforma” com o objetivo de “engordar os cofres públicos”.


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