Pesquisador da Unifap apresenta resultado de pesquisa farmacológica
Produto desenvolvido vai atrair a indústria farmacológica para a Zona Franca Verde do Amapá
A convite da deputada Edna Auzier (PSD), o coordenador de pesquisa da Universidade Federal do Amapá (Unifap), José Carlos Tavares, usou a tribuna do plenário da Assembleia Legislativa do Estado (Alap), durante o Grande Expediente, na sessão desta terça-feira (22) para apresentar o resultado de um trabalho que ele e seu grupo de pesquisa vêm desenvolvendo sobre o óleo de copaíba, um produto homeopático muito usado na região.
Segundo Tavares, após 17 anos de pesquisas, o grupo chegou ao desenvolvimento de um creme vaginal com eficácia na cura de infecções ginecológicas baixas e que também pode ser utilizada no combate ao papilomavírus humano, mais conhecido pela sigla HPV, um vírus que pode ser transmitido pela via sexual ou pelo contato direto com a pele.
O pesquisador, que hoje coordena o setor de fármacos da Unifap, já trabalha nesse projeto mesmo antes de vir morar no Amapá. Ele disse que os estudos já consumiram recursos financeiros de cerca de 1,1 milhão de reais, sendo parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico que liberou R$ 700.000 mais o patrocínio de uma indústria farmacêutica que contribuiu com R$ 400 mil.
Segundo o palestrante, o grande objetivo dele e de sua equipe é a universalização desse produto através do Sistema Único de Saúde. “Já registramos a patente juntamente com uma indústria farmacêutica e solicitamos a aprovação junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o produto seja lançado no mercado, o que deverá ocorrer até junho deste ano. Mas, nosso objetivo maior é que ele seja distribuído também pelo SUS para que mulheres de todas as classes sociais se beneficiem desse estudo”, enfatizou.
Tavares informou ainda, aos parlamentares, que várias indústrias farmacêuticas, inclusive a que está produzindo o creme vaginal, estão interessadas em se instalar no Distrito de Santana para gozar dos benefícios da Zona Franca Verde, regulamentada recentemente pela Presidência da República. “Vários parceiros nossos, inclusive um do Rio Grande do Sul pretendem se instalar no estado para produzir não somente fitoterápicos, mas também instalar aqui uma fábrica de medicamentos genéricos”, enfatizou, pedindo que o parlamento apresente um projeto criando o programa estadual de fitoterápicos. O deputado Jaime Perez parabenizou o palestrante e informou que está preparando um projeto sobre esse tema e que brevemente será apresentado na Alap.
O deputado Júnior Favacho lembrou o início das atividades do pesquisador no Amapá, destacou seu trabalho como reitor da Unifap e a contribuição que sua pesquisa dará ao desenvolvimento econômico do Estado com a implantação da indústria farmacológica. “Neste momento positivo que o Amapá vive, com a implantação da Zona Franca Verde, suas pesquisas tanto com a copaíba como outras substâncias existentes na região, atrairá grandes empreendimentos farmacêuticos”, ressaltou.
O deputado Ericlaudio Alencar elogiou o esforço do pesquisador na busca de recursos e criticou os equívocos do poder público na busca do desenvolvimento da região Amazônica. “Enquanto o senhor gastou R$ 1,1 milhão para desenvolver esse medicamento tão útil, o Governo Federal gastou 1,5 bilhão de dólares na rodovia Transamazônica que se transformou em redundante fracasso. Recursos que poderiam ter sido aplicados em pesquisas. Agora, para a efetivação da Zona Franca Verde, precisaremos de muitas pesquisas. Sem pesquisa não há desenvolvimento”, vaticinou.
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