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Servidores, sindicalistas e oposição reagem a parcelamento de salários

Cristina Almeida acusa governo de falta de gestão; Ericláudio Alencar defende a medida e Teles Júnior promete diálogo com todas as categorias.


O programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) foi palco na manhã desta terça-feira, 29, de acalorado debate entre o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Amapá (Sinsepeap), Haroldo Rabelo, os líderes da oposição, Cristina Almeida (PSB) e do governo na Assembleia Legislativa (AL), Ericláudio Alencar (PDT) e o titular da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), Antônio Teles Júnior, com a participação de vários servidores estaduais através das redes sociais. No foco, o parcelamento dos salários do funcionalismo anunciado pelo Governo do Estado (GEA).
 
Na opinião de Cristina Almeida, é necessário que o governo ouça o clamor das ruas: “Precisamos pautar o que está nas ruas; se o governo realmente vai efetivar essa medida arbitrária (parcelamento dos salários) contra o servidor público ou não, temos que estudar que medida vamos tomar; vamos ouvir todas as categorias e apresentar uma proposta coerente na Assembleia Legislativa; isso o governo deveria ter feito antes de decidir pelo parcelamento sem ouvir o funcionalismo; temos que envolver todos os Poderes, porque se a situação é emergencial, todos, sem exceção, temos que fazer nossa cota de sacrifício, inclusive com remanejamentos orçamentários e financeiros, evitando prejuízos para o servidor”, propôs.
 
Para a líder da oposição, é preciso que o governo recue para buscar solução menos radical com o objetivo de enfrentar a crise sem prejudicar os servidores: “Nós estamos esperando que o governo volte atrás e possa analisar com mais cautela para apresentar uma solução eficaz sem prejudicar quem não tem nada a ver com o agravamento da crise, que é o servidor público; esse governo diz sempre que veio para dialogar, mas isso não vem acontecendo, porque não vem dialogando; todos temos que ser coerentes para darmos nossa contribuição; de portas fechadas, entretanto, como o verno está fazendo, não dá pra aceitar, principalmente porque estamos diante de uma crise de gestão e de responsabilidade fiscal”.
 
O secretário Teles Júnior contestou a parlamentar: “Até parece que a deputada Cristina estava fora do estado; ontem mesmo (segunda-feira) estivemos reunidos com 32 sindicatos e associações representativas das categorias do funcionalismo público, onde mais escutamos do que falamos; o sentimento é muito forte por mudanças, e essas mudanças nós estamos fazendo em nível de governo; nossa ideia, e isso nós repassamos na reunião, é apresentarmos uma prestação de contas para os servidores; na ocasião, deixamos bem claro que a crise é acirrada, que temos muitas limitações e somos obrigados a adotar medidas às vezes extremas, impopulares, porque nosso objetivo maior, nesse contexto, é preservar o salário do funcionalismo; a partir do momento em que o refinanciamento da dívida público, que nós aderimos junto ao governo federal for concretizado vamos começar a restabelecer a normalidade; por enquanto, infelizmente, não vamos podemos dar reajuste salarial”.
 
Omissão do Parlamento
Para Teles Júnior, a Assembleia Legislativa tem se omitido no debate e, de certa forma, contribuindo para o agravamento da crise ao não discutir propostas do governo: “Vamos deixar bem claro e justo comigo mesmo; estamos falando da crise há mais de um ano e até agora o debate politico não se estabeleceu; a Assembleia ainda não se posicionou sobre nossas propostas com relação à tarifa do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e programas de governo; eles (os deputados) resolveram faze política e não houve debate; onde estava a deputada (Cristina) que não falou nada e agora vem dizer que crise é culpa do governo, de gestão? Isso é demagogia. Precisamos esclarecer a sociedade, não dá pra fazer proselitismo, demagogia; estamos de portas abertas para fazer as mudanças necessárias e buscar alternativas, mas sem apoio politico não se faz mudanças estruturais; é preciso estabelecer esse debate”, cobrou.
 
O líder do governo pregou união e diálogo para superar a crise: “Estamos tratando o problema com a maior seriedade possível; a orientação do governo é abrir diálogo com todos os segmentos; temos que pautar a nossa conduta com maior responsabilidade, inclusive apresentando números para a sociedade, e isso estamos fazendo e vamos fazer com mais intensidade ainda, para que todos, junto com os Poderes enfrentemos as dificuldades que se apresentam; é preciso, entretanto, muita união e discernimento, para que a crise seja supera sem maiores traumas não apenas para os servidores públicos, como também para toda a população do estado.

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