Artigos

A máquina do tempo e o viver agora

Já escrevi sobre o tempo dizendo que o ser humano deseja viver o AGORA, preservando a vida, e se afastar o quanto puder da morte.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

o encontro dominical na página 3 do Diário do Amapá, o ex presidente e ex senador José Sarney escreveu sobre a Máquina do Tempo. Num dos tópicos, Sarney pergunta: E o que é o tempo? E acrescenta: “A primeira das mais fundamentais descobertas do homem. Daniel Boorstin dizia que somente criando os meses, as semanas, os anos, os dias e as horas, os minutos e os segundos, pode a humanidade se libertar da cíclica monotonia da natureza”.

Já escrevi sobre o tempo dizendo que o ser humano deseja viver o AGORA, preservando a vida, e se afastar o quanto puder da morte. Mas nem sempre ela, como soberana, joga xadrez com a vítima, e mais cedo ou tarde chega o momento para todos. Há sobre o assunto uma quantidade de obras que falam sobre o aproveitar o AGORA. Segundo seus idealistas, passado e futuro não existem e, para anulá-los, a mente teria de se abstrair da força do antes e do depois, focalizando o AGORA, potencialmente, o hoje.

Só uma ciência elevada poderia limpar a mente dos efeitos da memória e do anseio do porvir. Talvez a meditação seja o caminho adequado e ideal. Mas é uma ciência tão importante como a se dedicar em desenvolver o pensamento no AGORA.

E é no AGORA que se pode fazer da vida um hino de alegria e amor?

Não se pode dizer que a morte é sórdida, porque cada um tem o livre arbítrio de fazer da vida o melhor possível. Entre os grandes dons que a natureza deu aos humanos está o distanciamento do pensamento em relação à morte. Seria, penso (logo existo), para cada um de nós no raiar da vida se debater contra a ideia da morte.

Indagam-me por que estou escrevendo sobre a morte, quando há tantos outros assuntos para se levar aos leitores que, naturalmente, não estão pensando nela, pelo contrário, procuram viver o seu melhor AGORA.

O interesse é que pensando ou não no amanhã e no ontem, talvez construindo o AGORA, alguns vultos de importância nas artes em geral deixaram saudade e lamentações, por serem parte também dos nossos destinos.

Gênios como Charles Chaplin, Albert Einstein, Madre Tereza de Calcutá, João XXIII, Oscar Niemeyer, Orson Welles, Juscelino Kubitschek e … Chega, pois tantos outros viveram o seu AGORA. Eles deixaram na mente de cada um de nós a contribuição de um passado que nos faz confiar no futuro sem, portanto, esquecer o AGORA em nossos momentos de vida.


Deixe seu comentário


Publicidade