Pedro Corrêa começa a prestar depoimentos na delação premiada
Ex-presidente do PP é segundo político a fechar acordo na Lava Jato.
O ex-deputado e ex-presidente do PP, Pedro Corrêa, começou a prestar os primeiros depoimentos da delação premiada, assinada no mês passado. A TV Globo apurou que Corrêa está no quarto dia de depoimentos, que estão sendo feitos diariamente, das 9h às 17h, na Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso. A assinatura do acordo foi revelada pelo G1 no dia 14 de março, e a delação ainda precisa ser homologada pela Justiça.
Corrêa é o segundo político que decide entregar o que sabe em troca de possível redução de pena. O primeiro foi o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que firmou acordo com a Procuradoria Geral da República. Na delação de Delcídio, o senador fez acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff.
No acordo de delação premiada, o ex-deputado revelou alguns dos supostos crimes e personagens envolvidos nas irregularidades investigadas pela operação Lava Jato. Entre eles, o ex-presidente Lula, com quem relatou ter tido encontros que envolviam a negociação pra colocar Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento da Petrobras e favorecer desvios para o Partido Progressista (PP).
Segundo a revista “Época”, na delação, Corrêa também citou interferência direta de Lula na Petrobras. Ele informou que, entre 2010 e 2011, foi com ex-deputado do PP João Pizzolati ao escritório de advocacia de Luiz Eduardo Greenhalgh, petista próximo a Lula. Lá, eles teriam encontrado Marcos Valério e mais um empresário que Corrêa não recorda o nome.
Greenhalgh, Valério e o empresário teriam pedido a Corrêa e Pizzolati ajuda para fechar uma operação de compra e venda de petróleo com a diretoria de Abastecimento da Petrobras, então sob o comando do ex-diretor Paulo Roberto Costa, também investigado na Lava Jato. Segundo a versão de Corrêa, Costa negou. Mas, ainda segundo ele, meses depois o negócio foi fechado. Corrêa conta que isso ocorreu porque Lula interferiu pra que a transação saísse.
Quando Corrêa assinou o acordo de delação, em março, o Instituto Lula informou, por meio de nota, que não comentaria o caso. “O Instituto Lula não comenta falatórios. Quem quiser levantar suspeitas em relação ao ex-presidente Lula que o faça diretamente e apresente provas, ou não merecerá resposta.”
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