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Apesar da paralisação dos professores, escolas funcionam normalmente

Para o Sinseap, entretanto, maioria da categoria aderiu ao movimento. Assembleia que ocorrerá neste sábado pode deflagrar greve por tempo indeterminado


Entrevistado na manhã desta sexta-feira, 08, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o secretário municipal de Administração (Semad) Carlos Michel Miranda Michel assegurou que, apesar da paralisação de advertência dos professores por dois dias (quinta e sexta) todas as escolas da rede municipal estão funcionando normalmente. Segundo ele, os professores reconhecem as dificuldades impostas pela crise econômica e têm consciência dos benefícios direcionados à categoria pela atual gestão.

“Não quero discutir a greve, porque, apesar de ter sido precipitada, é uma ferramenta legítima de pressão dos servidores. Ocorre, porém, que todos são conhecedores que reabrimos em março a Mesa Permanente de Valorização do Servidor, mantendo, dessa forma, o canal de diálogo aberto; a primeira rodada de negociação com o Sinsepeap (Sindicato dos Servidores Públicos da Educação) aconteceu no dia 24 de março, e sequer ainda foi concluída; temos deixado claro que reajustes salariais não serão concedidos, não por falta de vontade política, mas porque, e isso é público e notório, a forte crise na economia impede essa concessão; mesmo assim, diante de muitas dificuldade, por não ter sido, também, um ano bom, o prefeito Clécio ainda concedeu 2% de reajuste para a categoria”, detalhou.

De acordo com Michel Miranda, este ano o cenário é ainda pior, porque houve uma forte redução na arrecadação e no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios no primeiro trimestre deste ano em comparação a 2014: “Esse cenário já era previsível em 2014, mas mesmo assim o prefeito Clécio concedeu esse reajuste; por outro lado, entretanto, tivemos que fazer muitos cortes, inclusive cortando da própria carne, como a redução dos salários do prefeito e do primeiro escalão da Prefeitura, além de cortarmos mais de 300 cargos em comissão entre setembro de 2014 e março deste ano, permitindo, assim, o pagamento integral da folha”, pontuou.

“Temos recebido pressão; achamos legítimo o movimento deflagrado pelo Sinsepeap, principalmente porque há uma relação de muito respeito entre a atual gestão da Prefeitura e todas as categorias de servidores públicos; mas o que não podemos aceitar é informações inverídicas, que sejam omitidas algumas vantagens já concedidas aos servidores, como também falsa informação de que direitos dos servidores estariam sendo retirados, porque isso não é verdade; muito pelo contrário, estamos formatando um projeto de lei para dar segurança jurídica aos servidores com relação aos benefícios já assegurados”, ressaltou Michel.

 Não cumprimento de acordos

Ouvido logo em seguida no programa, um dos coordenadores da paralisação, Ailton Costa, que representa os servidores municipais da área de educação no Sinsepeap desmentiu o secretário: “A grande maioria da categoria aderiu à greve, tanto que quase todas as escolas municipais estão fechadas; todos os servidores da área de educação sabem que, lamentavelmente, vários acordos não foram cumprido, mas eles (a Prefeitura) sequer querem conversar sobre a pauta não remuneratória, porque não temos segurança jurídico, isto é, recebemos as progressões, mas essa tabela de remuneração não é reconhecida pela justiça; todos estamos tendo perdas consideráveis; nossa carreira está engessada; ano passado, por exemplo, foi estabelecido em acordo que haveria eleições diretas nas escolas, que seria feito concurso público, mas nada disso aconteceu; por isso essa paralisação”, justificou.

Ainda de acordo com Ailton Costa, uma assembleia geral da categoria ocorrerá neste sábado, para deliberar sobre a deflagração da greve: “Estamos fechando a paralisação de advertência hoje (sexta-feira) e amanhã realizamos uma assembleia geral, quando decidiremos pela deflagração ou não da greve por tempo indeterminado, porque, afinal, a categoria precisa de respostas imediatas por parte da Prefeitura”.


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