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Indicados por deputada novos diretores da CEA tomam posse na quarta

Os dois são indicados pela deputada federal Jozi Araújo (PTN-AP), que votou contra o prosseguimento do processo de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT) no último domingo (17/4). Documento comunicando as indicações já está na presidência da CEA para a convocação da assembleia que dará posse aos dois. Raimundo Flexa é funcionário da CEA.  


José da Cruz Pinheiro, da Eletrobras Eletronorte, deve assumir nesta quarta-feira (20/4) o cargo de presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), substituindo o atual presidente Ângelo do Carmo. Também vai assumir Raimundo Flexa da Costa como diretor Administrativo e Financeiro da companhia.

Os dois são indicados pela deputada federal Jozi Araújo (PTN-AP), que votou contra o prosseguimento do processo de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT) no último domingo (17/4). Documento comunicando as indicações já está na presidência da CEA para a convocação da assembleia que dará posse aos dois. Raimundo Flexa é funcionário da CEA.  

Duas semanas atrás, a deputada havia tentado emplacar seu secretário parlamentar Rubens Alves Gomes no cargo de presidente da CEA, mas não deu certo. Agora ela indica não só o presidente, mas também o diretor administrativo e financeiro da estatal.

A Companhia de Eletricidade do Amapá se encontra em processo de federalização e tem até agora três diretores executivos indicados pela Eletrobras Eletronorte sem ingerência política. Com as indicações de Jozi, a gestão da CEA volta a ser comandada por pessoas ligadas a políticos.

Na semana passada, durante reunião com diretores da CEA e um grupo de deputados estaduais, na qual se discutiu os graves problemas enfrentados pela companhia e reclamados pela população, o procurador-geral de Justiça do Amapá, Roberto Álvares, propôs que se fizesse gestão junto ao governador Waldez Góes (PDT) para não avalizar a eventual substituição do diretor-presidente da CEA em decorrência de iminente interferênci a política. O governo do Amapá é o controlador da companhia e divide a gestão com a Eletrobras Eletronorte.

Roberto Álvares também deu encaminhamento pela realização de uma audiência com o governador para tratar da liberação da quarta tranche do empréstimo, que possibilitaria a realização dos investimentos emergenciais necessários ao melhoramento do sistema de fornecimento de energia elétrica no Amapá. 

Durante a reunião, José Eliaz Rosa, diretor de Planejamento e Expansão da CEA, relatou os problemas enfrentados pela empresa e das dificuldades financeiras para realizar os investimentos necessários para melhorar a rede de distribuição de energia em todos os municípios. “Por 10 anos, o valor da tarifa de energia elétrica ficou congelado no Amapá, sendo que nesse período houve aumento dos respectivos insumos utilizados pela empresa”, informou o diretor, acrescentando que mesmo a CEA não tendo quitado a dívida com a Eletronorte, a Agência Na cional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou um reajuste de 28,6%, quando a defasagem decorrente do período de congelamento era de 128%.

Além do endividamento da CEA ser grande, tendo como principais credores a Eletronorte e a Petrobras há uma defasagem na arrecadação por conta de ligações clandestinas e a ausência de pagamento do consumo de energia por órgãos do governo e das prefeituras, o que prejudica ainda mais a empresa, segundo José Eliaz.

Em 2014, Jozi Araújo foi condenada na 3ª Vara Criminal e de Auditoria Militar a pena de um ano e quatro meses de prisão sob a acusação de apropriação indevida de verbas da Cooperativa dos Prestadores de Serviços de Veículos Automotivos do Amapá (Coopserva), conforme denúncia do Ministério Público do Amapá. O pai, João Mariano do Nascimento, e o irmão dela Josevaldo Araújo Nascimento, também foram condenados. A cooperativa da família tinha veículos alugados para a CEA, de quem ainda teria dinheiro a receber.

Em novembro do ano passado, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a requerimento do Ministério Público Federal, reconheceu a prescrição da pretensão punitiva e declarou extinta a punibilidade de Joziane Araújo.

A deputada Jozi Araújo também é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap), entidade envolvida em escândalos e que desde 2013 perdeu o direito da gestão no Sesi e no SENAI, alvos de intenvenção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da qual a Fieap está afastada.


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