Capitã, Fabiana supera problemas, evolui e vira exemplo rumo aos Jogos
Zé Roberto elogia dedicação de central, primeira a se apresentar para treinos em Saquarema
Enquanto José Roberto Guimarães anunciava convocação para os treinos da seleção, Fabiana já estava a mais de 120km dali. Primeira a se apresentar aos treinamentos em Saquarema, a capitã não queria perder tempo. Mais do que isso: sabia que, mais do que ninguém, era ela quem tinha de dar exemplo.
A temporada pelo Sesi-SP não foi das mais fáceis. Após um desempenho irregular na Superliga, o clube anunciou o fim do investimento na equipe, deixando Fabiana, Jaqueline e outras veteranas da equipe desempregadas. A jogadora, porém, não se abalou. Logo, mudou o foco e vestiu o uniforme de capitã. Rumo aos Jogos do Rio, a central quer servir de motivação às companheiras.
– Acho que, querendo ou não, é uma motivação. É um exemplo. Eu já tenho 31 anos. A Gabi, que está chegando, é dez anos mais nova. Então, acho que é uma motivação. Muita gente fala: “Podia estar descansando”. Não, eu queria estar aqui. Tenho que buscar sempre o exemplo. É um ano muito importante. Queria estar aqui, treinando. Sempre a primeira a chegar, a última a sair. Acho que é uma coisa muito legal e bacana. Faço isso de coração, com muito amor. É tranquilo, faço sem pensar.
A dedicação de Fabiana gera elogios de Zé Roberto. Em conversa com jornalistas antes da apresentação do uniforme da seleção, o treinador ressaltou a importância da central para o grupo. Além disso, elogiou a evolução da jogadora no papel de capitã. Ela, então, admite as dificuldades assim que assumiu o posto.
– Acho que evoluí muito nesse papel. No início, foi uma surpresa. Eu tinha algumas dificuldades. Acho que todo mundo passa por isso. Mas acho que, com a ajuda do Zé Roberto, com a ajuda de outros treinadores, fui amadurecendo cada vez mais. Era complicado pensar em mim e em todo mundo. Então, tinha essa dificuldade. Agora, não. Tenho a confiança do grupo, consigo ser um exemplo. Represento bem a equipe. Quanto mais puder deixar todas confortáveis, é o que eu quero. Sei que vai sair todo mundo feliz.
A motivação pessoal é a óbvia. Indo para sua quarta edição de Olimpíadas e com dois ouros no currículo, Fabiana quer incluir uma nova conquista ao currículo.
– Isso aqui, para mim, representa muito. Minha vida, paixão, carinho por tudo o que eu faço. Não tem motivação maior que jogar as Olimpíadas dentro de casa. Fico muito feliz de hoje ainda ter condições, com 31 anos, estar bem fisicamente, ajudar. É a minha motivação, de acordar cedo, ajudar todo mundo, de querer brincar, treinar. Fico muito feliz de estar nessas condições. Essa é a minha quarta Olimpíada. Acho que, mesmo sabendo da pressão, temos muitos pontos positivos. Tento me divertir e aproveitar esse momento.
A seleção iniciou sua preparação para os Jogos com os treinos em Saquarema. No caminho, terá amistosos contra a Polônia, nos dias 27 e 29 de maio, em São José dos Pinhais, no Paraná, e o Grand Prix, última competição antes das Olimpíadas.
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