Alunos tornam-se fiscalizadores no combate ao Aedes aegypti
A formação ocorreu em diferentes ambientes do Sesc Araxá, parceiro em potencial do projeto. O circuito contou com palestras, exibição de vídeos e peças teatrais no salão de eventos; orientações sobre educação ambiental e higienização na área externa; momento lúdico de contação de história, desenho e pintura na biblioteca e descobertas científicas no laboratório SESCiência.
Esta quarta-feira, 27, foi dia de descobertas e muito aprendizado para os 150 agentes mirins ambientais, alunos da rede municipal de ensino de Macapá. Eles receberam orientações sobre os cuidados e formas de se combater o mosquito Aedes aegypti, porque eles são, a partir de agora, autoridades em suas escolas e em sua comunidade, fiscalizadores e multiplicadores de boas práticas. É o projeto “Macapá mais bonita, sem dengue e sem zica”, desenvolvido pela Prefeitura de Macapá, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que está formando uma legião de combatentes contra o mosquito a partir da formação de cidadãos do futuro mais conscientes.
A formação ocorreu em diferentes ambientes do Sesc Araxá, parceiro em potencial do projeto. O circuito contou com palestras, exibição de vídeos e peças teatrais no salão de eventos; orientações sobre educação ambiental e higienização na área externa; momento lúdico de contação de história, desenho e pintura na biblioteca e descobertas científicas no laboratório SESCiência. Os agentes têm até “jingle” do projeto, criada pelos professores do Proler municipal e ensaiada durante a formação. Ao final da manhã, recheada de tanto conteúdo e prática, as crianças receberam o certificado que os legitima como agentes ambientais mirins.
“‘O Macapá mais bonita, sem dengue e sem zica’ é ousado, transcorrerá durante todo o ano e envolverá a escola, pais, funcionários, professores, comunidade em geral. Precisamos dar uma sacudida nas pessoas e as crianças podem fazer a mudança, mas elas têm que se empoderar de suas responsabilidades, de seus direitos, de seu papel como cidadão, líderes de um novo amanhã. Não queremos somente exterminar o Aedes, mas mudar hábitos, pois são os maus costumes que fazem surgir todo tipo de mazela. Mas é preciso que a criança se aperceba da realidade que a cerca, e esta é a proposta, colocá-la em contato com o ambiente em que ela vive, claro, sempre acompanhada e supervisionada por profissionais”, explicou a professora Mariza Pinheiro, formadora do projeto.
A aluna da Escola Raimunda Virgolino, Ana Rossi, 9 anos, ficou surpresa ao se deparar, no laboratório do SESCiência, com as larvas do Aedes, acondicionadas em frascos e depois ao ver o corpo do mosquito, em detalhes, pelo microscópio. “Ouvia sempre falar do perigo causado pelo transmissor da dengue pela TV e rádio, mas vendo assim de perto, assusta, porque é um inseto tão pequeno que causa tantas doenças graves…”.
Elizângela Matos, aluna do 4º ano da Escola Goiás, localizada no distrito do Coração, está tão empolgada com o projeto que tomou uma decisão para a vida. “Vou ser uma agente de saúde quando crescer. Moro num sítio, onde tenho contato diário com a natureza e fico atenta com as ações dos meus pais, quando a minha mãe esquece água em tampas de garrafa e joga para debaixo do jirau [pia em madeira típica de casas interioranas da região Norte] eu vou lá e tiro, porque sei que não pode. Além disso, na minha escola a gente já tem uma rotina de cuidados, aprendemos muito nos projetos da horta sustentável, educação ambiental, higiene pessoal. Na minha escola meus colegas já tomam conta dela”.
Todas as unidades escolares da rede municipal, do campo e área urbana, estão engajadas no projeto, articulando atividades e ações que envolvam a aproximação da escola com a comunidade. Porém, oito delas foram selecionadas para também participar do “Projeto Mudanças Climáticas e seu reflexo sobre crianças e adolescentes na Amazônia”, que na verdade é outro braço do “Macapá mais bonita, sem dengue e sem zica”, em atenção às exigências do Selo Unicef, que este ano reconhecerá as experiências municipais de enfrentamento à Mudança Climática na Amazônia que mobilizem a sociedade como foco na proteção do futuro de suas crianças e adolescentes.
Nessas escolas, os agentes ambientais mirins terão participação no Fórum Comunitário e nas ações do Selo Unicef, são elas: Antonio Barbosa, Eliana Flexa, Maestro Miguel, Maria José Ferreira, Goiás, Wilson Malcher, Caetano Tomaz e José Leoves. Agora, os agentes mirins retornam para as suas salas de aula para por em prática suas plataformas.
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