Polícia

Mesmo sem investimentos, equipe ‘Capturas’ avança com prisões no AP

Agentes trabalham com dedicação para cumprir ordens da justiça, mas sem estrutura


A prisão do foragido de justiça Felipe Bessa, de 21 anos, ocorrida na manhã de sexta-feira, 29, no conjunto habitacional Macapaba, na zona oeste de Macapá, serviu, também, para revelar a falta de investimentos estruturantes da Polícia Civil (PC) do Amapá.

O Diário acompanhou de perto o trabalho da equipe ‘Capturas’ da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP) que é responsável pelo cumprimento das ordens de prisão decretadas pela justiça em desfavor de pessoas em dívida com a lei.

Hoje, apenas cinco agentes têm que fazer o trabalho de investigação – para localizar os suspeitos – e dar cumprimento às ordens expedidas. Para esse trabalho, a equipe conta apenas com uma viatura para o serviço de inteligência – que na sexta-feira, 29, precisou ser empurrada pelos policiais por apresentar problemas no motor – e uma blazer, ano 2007, que é utilizada na busca e captura dos foragidos.

Essa blazer foi doada pelo Governo Federal há quase dez anos, após o fim dos Jogos Pan-Americanos – Rio 2007. Os veículos foram utilizados na segurança do evento internacional e depois distribuídos para os estados. A outra viatura semelhante à Blazer está ‘encostada’ sem condições de uso.

Porém, a incursão dos agentes no prédio do bloco 15 do conjunto Macapaba, onde Felipe Bessa trocou tiros com os policiais e fez cinco pessoas reféns, mostrou, ainda, a necessidade de a equipe ter um escudo balístico, semelhante aos utilizados pela Tropa de Choque do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

A necessidade é real pelo fato de que na maioria dos casos os mandados de prisão são em desfavor de assaltantes, e, segundo agentes ouvidos pelo Diário, em boa parte das ações os criminosos sempre estão armados.

No caso do conjunto Macapaba, por exemplo, os agentes precisaram subir até o 4º andar onde fica o apartamento do foragido. Um dos policiais revelou que nesse caso específico, seria necessário utilizar uma escada telescópica para observar a movimentação dentro do apartamento de forma surpresa.

Uma escada como esta – com 5,6 metros – por exemplo, não chega a custar R$ 900, o que se torna irrisório para a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Apesar de toda falta de apoio logístico, os agentes conseguem dar cumprimento a mais de dez mandados de prisão todas as semanas. Mesmo correndo riscos reais todos os dias, a dedicação dos agentes da Captura tem superado qualquer falta de investimento por parte do governo.


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