Para Lourival, Temer não vai ter condições de consertar o Brasil
Ex-deputado federal afirma que impeachment contra Dilma é reação da elite, contrária aos benefícios sociais garantidos pelo governo petista para a população pobre
Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 11, ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o presidente da Executiva Regional do PT no Amapá, ex-deputado federal Lourival Freitas, afirmou que o quadro que se desenha para o país será ainda pior do que está atualmente porque, segundo ele, o governo de Michel Temer (PMDB) não vai conseguir reverter a situação delicada em que se encontra a economia e a política nacional.
“Tenho tido conversas amplas em Brasília, inclusive ontem estive no Senado para acompanhar a votação da MP 706, a ‘MP da CEA’ como denominamos essa medida provisória que terá o condão de resolver as enormes dificuldades que passa a Companhia de Eletricidade do Amapá, e tive oportunidade de conversar com o Randolfe (Rodrigues/REDE) e o David (Alcolumbre/DEM) sobre uma duvida terrível sobre o destino do Brasil, por causa da instabilidade criada pela crise econômica internacional e pelo inconformismo da oposição porque perdeu a eleição para Presidente; há uma grande dúvida quanto ao futuro, se o Michel Temer vai ter condições de fazer um bom governo; esperamos que ele faça; contudo, mudando ou não o governo, a situação do Brasil é complicada; ninguém faz milagres, e a expectativa é que venha muito arrocho, dificuldades, ataque feroz aos direitos sociais, a precarização do trabalho, e mexer com os direitos trabalhistas; realmente não esperamos melhores dias para esse governo (de Michel Temer)”.
Na avaliação de Lourival Freitas, mesmo com a derrubada do governo Dilma, o PT vai continuar sendo um dos maiores partidos brasileiros, e a liderança de Lula – apesar das investigações autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente, agora sob a responsabilidade do juiz Sérgio Moro.
“Não há nenhuma dúvida que a luta continua, porque a população brasileira reconhece os grandes avanços sociais dos governos do PT; apesar de todos esses problemas, do cerco ao Lula, ele (Lula) continua sendo grande esperança do povo brasileiro. O povo está começando a perceber os avanços nas gestões do PT, principalmente no governo Lula; aliás, a grande oposição que se faz à liderança do Lula não é pelos erros, mas sim pelos acertos, porque ele olhou para os mais pobres, tanto que 36 milhões de pessoas saíram da faixa da pobreza, hoje não se vê mais nordestinos perambulando pelas estradas durante a seca, por exemplo, e é isso é que é combatido pela oposição, pela elite, que ainda tem resquícios da escravidão; isso incomodou e incomoda muita gente, mas povo brasileiro reconhece a liderança do Lula”, defendeu o petista.
Sobre o risco iminente de Lula ir para a cadeia por conta do processo que envolve o ex-presidente na Operação Lava Jato, Lourival Freitas minimizou: “Realmente é uma incógnita, mas essa possibilidade vai muito do bom senso; você vê que apesar de tudo, vasculharam tudo, e ficou comprovado que o Lula não tem conta exterior, na suíça e tampouco apartamentos fora do Brasil, além de ter ficado constatado que não é dele o sitio em Guarujá, que na realidade não é nem Guarujá, mas, sim, numa praia bem mais humilde”, destacou.
Questionado se ele culparia Dilma Roussef por ‘destruir sonhos dos petistas’, o ex-deputado assegurou que não pode recair sobre ela a culpa de tudo: “Ela (Dilma) não é responsável por tudo, porque o PT errou muito pelo fato de não ter tido capacidade de ficar mais próximo dela; ela é competente, honesta, trabalhadora, mas falta habilidade política, qualidade necessária no presidencialismo, num governo de coalizão; entretanto, as mágoas dos que votaram contra ela não foi por causa da falta de diálogo, mas sim porque achavam que o governo deveria ter controlado instituições como a Polícia Federal, por exemplo, que teve total liberdade de ação, tanto que pela primeira vez na história do país o Lula e a Dilma nomearam o primeiro mais votada na lista do Ministério Público (MP), inclusive reconduzindo o Janot (Rodrigo, Procurador Geral da República), indicando que não tinha interesse de controlar o MP; o governo foi penalizado por cortar na própria carne”, avaliou
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