Nota 10

Estudantes conhecem rotinas de povos tradicionais na Semana dos Museus

“É bom poder mostrar para os estudantes, para os jovens que moram na cidade, como é feita a farinha que chega até à mesa deles”, disse a agricultora.


Aos 63 anos, dona Eunice Silva Almeida mora na comunidade de São Francisco do Matapi, na área conhecida como Tessalônica, na região rural de Macapá. Aposentada como agricultora, trabalha na fabricação de farinha de mandioca desde criança e conta, com orgulho, que conseguiu formar o filho em Medicina só com dinheiro da venda do alimento.

Na manhã desta sexta-feira, 20, ela compartilhou um pouco da rotina em uma casa de forno, como é conhecido o local onde se fabrica a farinha, com estudantes de escolas públicas e particulares, no Museu Sacaca, em Macapá. Os alunos puderam acompanhar a produção da raiz até a transformação em grãos. O “Museu Vivo” faz parte da programação da 14ª Semana dos Museus, que iniciou no dia 17 e segue até o domingo, 22.

“É bom poder mostrar para os estudantes, para os jovens que moram na cidade, como é feita a farinha que chega até à mesa deles”, disse a agricultora.

O evento é realizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) em parceria com o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa). Durante a programação, alunos de pelo menos 15 escolas públicas e particulares participam da programação da Semana dos Museus.

“Essas visitações estão acontecendo durante a programação da Semana dos Museus, mas vale lembrar que a exposição aqui no Museu Sacaca está sempre aberta ao público”, reforça Lúcia Picanço, gerente da exposição a céu aberto.

Museu Sacaca – Localizada em uma ampla área do bairro do Trem, na Zona Sul de Macapá, o Museu Sacaca se traduz em um retrato fiel das comunidades tradicionais. No mesmo espaço, o visitante pode conhecer um pouco da vida das comunidades indígenas e ribeirinhas, além da produção de castanha e farinha.

O destaque é para o “regatão”, uma réplica das embarcações que trafegam pelos rios da Amazônia. O espaço também dispõe de uma pequena praça de alimentação e um espaçoso auditório.

O nome é uma homenagem a Raimundo dos Santos Souza (1926-1999), o “Mestre Sacaca”, que se tornou notório no Amapá pelo conhecimento da chamada “medicina tradicional”. Com garrafadas e unguentos feitos a partir de ervas medicinais, popularizou o poder das “plantas que curam”.


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