A diminuição da violência contra a mulher no Amapá e no Brasil
Depois vem o ano de 2018 quando aparece uma diminuição do número de mortes por arma de fogo e em 2019 existe uma drástica diminuição que pode ser explicada pelo início da Covid-19 no Brasil.
Mauricio Junior
Doutor em Economia
No contexto Brasileiro, o Atlas da violência do ano de 2021, faz uma série de dez anos de violência contra a mulher com os dados específicos da violência, culminando com a morte causada por arma de fogo. Esta série ajuda entender a evolução do processo de violência contra a mulher no Brasil. Embora percebendo uma diminuição do volume de mortes por armas de fogo e preciso entender que no Brasil existe subnotificação na organização dos dados estatísticos. A seguir, um quadro envolvendo dados do Brasil e do Amapá:
Anos | Feminicídio
Brasil |
Feminicídio
Amapá |
Mulheres
Brancas |
Mulheres
Negras |
2009 | 4.265 | 12 | 02 | 10 |
2010 | 4.477 | 16 | 02 | 14 |
2011 | 4.522 | 19 | 03 | 16 |
2012 | 4.729 | 17 | 02 | 15 |
2013 | 4.769 | 19 | 02 | 15 |
2014 | 4.836 | 20 | 01 | 19 |
2015 | 4.621 | 18 | 03 | 12 |
2016 | 4.645 | 17 | 02 | 15 |
2017 | 4.936 | 27 | 02 | 23 |
2018 | 4.519 | 15 | 02 | 12 |
2019 | 3.737 | 19 | 01 | 17 |
Totais | 50.056 | 199 | 22 | 168 |
Fonte: https://www,Ipea.gov.br/atlasviolencia>çublicações. Acesso em 18.02.2021.
Observando o quadro ou tabela percebe-se que a maioria dos feminicídios é de mulheres negras no Amapá, sendo que o mesmo acontece no Brasil. Percebe-se que nos dados da violência no Brasil existe um crescimento ascendente entre os anos de 2009 a 2014, quando há uma leve tendência para diminuição do ano de 2015 até 2016, voltando a um pico em 2017, que segundo Sena, está relacionado com os conflitos das facções que causam o terror o comando da capital e o comando vermelho. Assim afirma Sena, este ano (2017) “foi marcado por um período de guerra sangrenta entre duas das maiores facções penais no Brasil, a saber, Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho.”[1]
Depois vem o ano de 2018 quando aparece uma diminuição do número de mortes por arma de fogo e em 2019 existe uma drástica diminuição que pode ser explicada pelo início da Covid-19 no Brasil. É preciso algumas pesquisas para determinar se a permanência da família e do casal dentro de casa possibilitou o aumento de feminicídio ou outros nos tipos de violência doméstica dentro da residência.
O contexto do Amapá apresenta uma possível tendência à diminuição dos casos de violência doméstica contra a mulher. E possível que seja o problema da subnotificação onde as mulheres deixaram de informar aos órgãos de segurança a sua situação de sofrimento pela violência por parte de seus companheiros ou maridos. Nesta pesquisa a ênfase é a assistência hospitalar. Segundo Sena, esta pesquisa apresentou “limitações quanto à frequência de subnotificações e substituições de dados faltantes, demonstrando que se trata de um problema de saúde pública que não apresenta uma boa qualidade de dados…”[2] Observa-se que também acentua a desorganização da instituição pública na qualificada da informação. As pacientes na maioria negra não tiveram a assistência de um médico por isso foram a óbito. É bom recordar que a violência existe no âmbito das igrejas evangélicas também. Isto faz lembrar o caso em que um pastor de uma igreja evangélica que encontrou a sua ex-mulher com outro em um motel e ele a segurou-a pelo braço onde neste momento o marido filmava com o celular e o assunto veio parar no facebook. Isto aconteceu em 17 de maio 2017.São casos desta natureza que podem valer um processo contra ex-marido de calúnia, injúria e difamação pela exposição de fotos intimas ou filmagens. Somente com a denúncia feita pela mulher pode levar o denunciado a prisão por causar a injustiça contra a mulher. Já se observa uma diminuição da violência contra mulher por que esta não está aceitando os abusos dos homens machistas que tem a mulher como propriedade.
(Doutor em Economia, Doutorando em Teologia).E-mail fsenajunior@hotamail.com.br.
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