Mulher presa atuava como intermediária na venda de bebês, diz polícia
Vigilante de 47 anos aliciava mulheres em situação de vulnerabilidade dentro do hospital de Oiapoque. Ela negociava a venda de bebês a casais de outros estados ainda no ventre da mãe
O delegado Charles Corrêa (foto), da Polícia Civil (PC) de Oiapoque, município distante 590 quilômetros da capital, Macapá, confirmou na manhã desta terça-feira, 31, a prisão de uma mulher de 47 anos de idade que atuava como aliciadora de mulheres grávidas na região fronteiriça para venda dos bebês recém-nascidos.
O delegado explicou que uma minuciosa investigação foi realizada no sentido de desmontar o esquema em que a mulher presa – que trabalha como vigilante no hospital de Oiapoque – participava. Os levantamentos, segundo o delegado, revelam que a suspeita aliciava mulheres em situação de vulnerabilidade ainda dentro do hospital. “Eram mulheres vulneráveis social e economicamente falando. Algumas tinham dependência química ou já tinham vários filhos. São casos vistos como gravidez indesejada. Com isso, ela [vigilante] as aliciava afirmando que conseguiria um bom lar para o bebê e que em troca a mãe ainda receberia uma boa quantia em dinheiro”, revela Corrêa.
Na sexta-feira, 28, um casal de Brasília (DF) foi preso na capital federal dentro de um carro com um bebê de 7 meses, cuja venda a vigilante teria intermediado em maio do ano passado. A criança ainda estava no ventre da mãe quando foi negociada. O casal pagou R$ 1.250 em dinheiro e arcou com despesas, remédios e exames durante o restante da gravidez. A mulher em questão tinha outros oito filhos pequenos e era portadora do vírus HIV.
“Investigamos ainda a possível participação de outros funcionários do hospital no esquema, e, claro, saber se além desses crimes cometidos em território nacional, temos o crime de tráfico internacional de crianças, já que existem alguns indícios que nos levam a isso”, disse.
A mulher presa na segunda-feira, 30, já cumpriu pena por assassinato depois de ter morto o próprio marido, em 2011, também em Oiapoque. Após cumprir um terço da pena na prisão, a vigilante ganhou o benefício da progressão de regime.
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