Diário Política

João Capiberibe é o segundo entrevistado na rodada com candidatos ao Senado

Capiberibe é candidato ao Senado pela coligação Frente Popular pela Democracia, que reúne seis partidos progressistas: PSB, PT, PCdoB, PV, REDE e o Psol.


Railana Pantoja
Editora-chefe

 

Nesta segunda-feira (22) o Sistema Diário de Comunicação realizou a segunda entrevista da rodada com candidatos ao Senado em 2022. O entrevistado foi João Alberto Rodrigues Capiberibe (PSB), ex-prefeito de Macapá, ex-governador do Amapá e ex-senador também.

Capiberibe é candidato ao Senado pela coligação Frente Popular pela Democracia, que reúne seis partidos progressistas: PSB, PT, PCdoB, PV, REDE e o Psol.

Como senador, propôs a Lei da Transparência, que foi aprovada no Congresso, sancionada pelo presidente Lula à época e implementada em todo o país.

Diário- Aos 75 anos, tendo passado duas vezes pelos cargos de governador e senador, e ainda prefeito de Macapá, o que o leva a concorrer novamente pela vaga no Senado?
Capiberibe- É uma consequência de toda a minha trajetória política em defesa da democracia do país. Na época da ditadura, eu fui às ruas e militei nos movimentos estudantis, participei da reconstrução desse processo democrático, apesar de ter pagado um preço alto com prisão, exílio e tortura. Não quero que nada disso volte e por isso pretendo voltar a contribuir com a democracia. Outra razão é que o Amapá está no fundo do poço, e eu preciso ajudar a mudar isso.

 

Diário- A Petrobras anunciou pesquisas para 2023 que vão buscar o novo ‘pré-sal’ no litoral do Amapá. O senhor considera isso econômica e ambientalmente importante?
Capiberibe– Há mais de 20 anos se pesquisa essas fontes de petróleo no Amapá, mas concretamente ainda não conseguimos extrair petróleo. A expectativa é que isso aconteça, mas precisamos de pesquisa com prospecção desse petróleo, e resultados certeiros. Talvez isso ocorra com a Petrobras agora, que tem tecnologia e estudiosos suficientes.

Diário- O senhor teria propostas para ajudar os municípios a desenvolverem a gestão ambiental de seus recursos naturais?
Capiberibe- Nós precisamos aliar desenvolvimento com manutenção do meio ambiente em solidariedade com as gerações futuras. É fundamental que a gente possa apoiar as prefeituras, e também as instituições que alavancam conhecimentos sobre nossa riqueza fantástica, nossa biodiversidade vegetal e animal, da fauna e da flora. E aliado a isso, vamos dotar os municípios de capacidade para desenvolver.

 

Diário- Dados do IBGE apontam que 2,9 milhões de brasileiros se consideram homossexuais ou bissexuais. O STF entendeu que há uma demora inconstitucional em legislar sobre a violência contra a população LGBTQIA+. Caso eleito, o que fará para promoção e defesa dessa parcela da população?
Capiberibe- O que sempre fizemos: defender com intransigência a liberdade das pessoas. Estaremos no Senado elaborando leis que protejam esses brasileiros, é um direito que eles têm de serem o que melhor se definem. A intolerância tem que acabar, mas não é fácil em uma sociedade como a nossa, que fundamentou o escravismo, a violência; é fundamental garantir a liberdade das pessoas na vida em sociedade, independente de suas atitudes.

Diário- Em relação à reforma tributária, o senhor teria propostas? Concorda com o projeto?
Capiberibe- É fundamental e decisiva a reforma tributária para mudar essa relação de desigualdade no nosso país. A nossa carga tributária não é a maior do mundo, mas o problema é a incidência dos impostos. Por exemplo: o imposto sobre consumo penaliza os mais pobres. Isso não pode continuar. Nós vamos trabalhar para reduzir os impostos para os mais pobres e aumentar para os ricos. Temos que tributar o patrimônio dos ricos e os lucros das empresas, pois as grandes empresas são isentadas disso.

 

De candidato para candidato: Rayssa Furlan (MDB) pergunta para João Capiberibe (PSB).
Rayssa- O senhor já foi prefeito, governador e senador. Caso eleito, como pretende atuar para alcançarmos o desenvolvimento sustentável?
Capiberibe- A gente precisa aproveitar as riquezas que temos disponíveis. A gente tem que associar a biodiversidade à produção de grãos, pois o desenvolvimento do Amapá passa pela industrialização. Precisamos industrializar para que empregos sejam gerados e nossos jovens continuem aqui. A gente tem a cadeia produtiva, gera empregos fora daqui e ficamos sem nada. Então, precisamos ampliar a abertura de novas indústrias para desenvolver produtos de cosmético, alimentos; e até de vinho de açaí, bem como utilizar a soja extraindo até o óleo.


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