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Eleições gerais antecipadas

Os fatos que surgem, a cada dia, por força da ação moralizadora da Lava Jato, deixam claro que a classe política está corrompida e, portanto, incompatível com a lisura das eleições.


Ruy Guarany – jornalista
Articulista

Os que defendem eleições gerais antecipadas, imaginando que poderia acabar com a crise política, estão redondamente enganados. Não será uma eleição a toque de caixa que irá tirar o Brasil da grave situação em que se encontra.

Ao invés dessa pressa, para antecipar o calendário eleitoral de 2018, o mais recomendável é intensificar as ações das instituições que, em perfeita sintonia com a sociedade e contando com apoio maciço da imprensa, vem atuando, democraticamente, para limpar o Brasil e tornar inelegíveis os responsáveis pela prática de crimes contra o erário.

Os fatos que surgem, a cada dia, por força da ação moralizadora da Lava Jato, deixam claro que a classe política está corrompida e, portanto, incompatível com a lisura das eleições.

Admitir qu políticos, sobre os quais pesam denúncias ou suspeitas de envolvimento em atos de corrupção, consigam o registro, jurando por todos os santos que são inocentes, seria o mesmo que colocar uma raposa no aviário e acreditar que não iria comer as aves…

Nada contra o plebiscito sugerido por alguns segmentos políticos, desde que possa servir para a introdução de reformas estruturais, jurídicas e políticas, onde o parlamentarismo seja avaliado e, finalmente, adotado como forma de governo.

Com um Presidente eleito pelo povo, e o Primeiro Ministro assumindo o chefia do governo, a governabilidade se tornará mais democrática e imune às crises políticas.

Ao ser eleito pelo Parlamento, o Premier receberá uma plataforma de governo a ser cumprida. Havendo sinais de irregularidades, o voto de desconfiança ensejará na substituição de todo o gabinete. Da mesma forma, o Presidente da República conta com a prerrogativa de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições quando ocorrerem crises políticas que possam causar prejuízos à governabilidade.

Ao completar 30 dias à frente do governo, o presidente Michel Temer vem adotando uma postura merecedora de credibilidade.

Além de priorizar o controle de gastos, evitando penalizar a saúde, educação e os programas sociais, a redução dos cargos públicos e a transformação dos DAS de 1 a 4, em função gratificada, vão beneficiar os funcionários de carreira, o que, sem sombra de dúvidas, dará maior dinamismo à maquina pública.

Nos últimos 13 anos, a administração federal ficou minada por ‘passageiros’ do trem da alegria ocupando os DAS. Com a transformação, apenas servidores concursados terão vez.

Que a Lava Jato continue avançando para limpar o Brasil, permitindo que o calendário eleitoral de 2018 seja mantido e as eleições gerais realizadas, obedecendo à lisura exigida pela sociedade.


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