Esportes

Confronto das seleções de rugby do Brasil e Quênia acontece hoje

Taça dos Hemisférios será disputada no Estádio Zerão, em Macapá; partida terá como preliminar um triangular de seven-a-side masculino entre Brasil, Guiana e o clube carioca Guanabara


Acontece às 17h desta sexta-feira, 17, o confronto entre as seleções de rugby do Brasil e Quênia no Estádio Zerão, em Macapá. Denominada Taça dos Hemisférios em alusão à localização geográfica de Brasil e Quênia, que são atravessados pela linha imaginária do Equador, a partida, que tem o patrocínio do Governo do Amapá (GEA) e da empresa Total, que patrocina a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) terá como preliminar um jogo de seven-a-side masculino entre Brasil, Guiana Francesa e o clube carioca Guanabara.

Entrevistado na manhã desta sexta-feira, 17, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o presidente da CBRu, Bernardo da Costa Duarte anunciou que a partida será transmitida ao vivo pelo canal fechado Sport TV, o que colocará o Amapá na vitrine internacional do esporte. Ele também explicou algumas características da modalidade, que é a 2ª mais conhecida no mundo, perdendo apenas para o futebol.

“Trata-se de um esporte de contato físico, mas não é violento; os jogadores se preparam muito pra esse contato, sendo que uns trabalham mais na força, e outros na velocidade.; o jogo tradicional reúne 15 jogadores de cada time, mas tem outra modalidade mais recente, que é a que vai estar nas Olimpíadas, com sete jogadores, que permite mais espaço no campo porque, apesar do número reduzido de jogadores, o campo mantém as mesmas dimensões; apesar de ser tradicional em campo, a modalidade também é praticada na praia, inclusive com a realização de competições oficiais”, explicou.

Ao vivo, do Estádio Milton Corrêa, o Zerão, que comporta 10 mil torcedores e tem como particularidade ser cortado pela Linha do Equador, o repórter Costa Filho fez flashes da abertura oficial da programação, com a realização, nesta sexta-feira, de um festival de rugby para crianças visando à disseminação do esporte na região. Às margens do Rio Amazonas, a CBRu programou uma partida de rugby na lama, numa versão do futelama, o que ainda não foi confirmado.

As seleções do Brasil e Quênia já se enfrentaram, em Dubai. No confronto, que foi bastante disputado, os africanos levaram a melhor (27 a 25). Já Brasil e Guiana se enfrentaram no sevens masculino duas vezes, ambas pelos Jogos Pan-Americanos, com duas vitórias brasileiras: em 2011, em Guadalajara, por 26 x 7, e em 2015, em Toronto, por 31 x 5.
 
Características do esporte
O rugby – que se pronuncia râguebi ou rúgbi – é um esporte coletivo de intenso contato físico. É originário da Inglaterra e, inicialmente, por ter sido concebido como uma variação do futebol de campo foi chamado anteriormente de ‘rugby football’. Ao longo do tempo foram surgindo variações do esporte. A mais praticada é o rugby de quinze (XV) (em inglês: rgby union). Em seguida, está o Rugby League (com 13 atletas) e o de sete (sevens/ seven-a-side) que é a modalidade olímpica. Além dessas variações, ainda há o rugby de praia, de toque, o rubgy em cadeira de rodas e o subaquático.

Uma lenda bem difundida diz que o desporto surgiu de uma jogada irregular do futebol, na qual um jogador do colégio de Rugby (situado na cidade inglesa com o mesmo nome, em Warwickshire), de nome William Webb Ellis, teria pegado a bola do jogo com as mãos e seguido com ela até a linha de fundo adversária, em 1823. No entanto, sabe-se que várias formas de jogo com bola existiram pela Europa no século XIX, e que tanto o Rugby Football (o rugby atual, que, atualmente, é controlado pela World Rugby) quanto o Football Association (o futebol atual, que, agora, é controlado pela Federação Internacional de Futebol) tiveram caminhos correlatos, sendo, portanto, dissidências de uma mesma forma de jogar futebol.
A fundação da Football Association deu-se em 26 de outubro de 1863, com 21 clubes unificando regras das principais vertentes do futebol da Inglaterra, como as de Cambridge, as de Sheffield e as de Rugby. Durante quase uma década, o futebol e o rugby foram o mesmo esporte.

Devido a um desentendimento do clube de futebol Blackheath (um dos fundadores da The Football Association) cujo presidente era Francis Maude Campbell, sobre a retirada de 2 regras do futebol pela Football Association (uma era sobre carregar a bola com as mãos, a outra sobre os tackles), em 26 de janeiro de 1871, em uma reunião em um restaurante em Londres com representantes de 21 clubes (teams) da Inglaterra, foi fundada a Rugby Football Union, a primeira entidade controladora do esporte no mundo. Algernon Rutter foi eleito o primeiro presidente da Rugby Football Union e as primeiras leis do esporte foram oficializadas em junho de 1871.

O primeiro jogo internacional de rugby foi disputado no Raeburn Place, em Andrew’s, na Escócia, em 27 de março de 1871, entre Escócia e Inglaterra. O jogo foi vencido pela Escócia por 1 gol e 1 try contra 1 try da Inglaterra (para anotar um try, um jogador deve alcançar ou ultrapassar a linha de in-goal (a linha de fundo) do adversário e apoiar a bola contra o solo, sendo necessário o contato simultâneo voluntário entre o atleta, a bola e o chão. Um try vale 5 pontos, e dá direito a um chute a gol (a conversão) para o time que pontuar. Em português, a tradução para ‘try’ é ‘ensaio’.
A bola de rúgbi é de formato oval, varia de 28,0 cm à 30,0 cm, com uma circunferência total de 74,0 cm a 77,0 cm, e de seção transversal de 58,0 cm à 62,0 cm, sua pressão deve estar entre 65,71 e 68,75 kPa, tendo assim, entre 410 à 460 gramas.

O campo é de formato retangular, tem comprimento máximo de 144 metros e largura máxima de 70 metros, e não há um mínimo determinado. A superfície é preferencialmente de grama, sendo que a grama artificial é permitida caso esteja em acordo com as regulações do World Rugby. Não é permitido jogar-se em uma superfície dura permanente como concreto ou asfalto.

A linha que marca o início do in-goal, também chamada de linha de meta, é considerada parte dele. As linhas laterais são consideradas fora de campo. Caso um atleta em posse da bola toque na linha lateral é considerado que a bola saiu do campo.
Na modalidade de 15 jogadores, uma partida de Rugby é disputada em 2 tempos com 40 minutos cada. Após o fim de 40 minutos, o jogo se encerra quando a bola sair de campo, quando forem anotados pontos ou quando o time em posse da bola cometer uma falta. Partidas juvenis tem tempo reduzido, com 2 tempos de 35 minutos para partida M19. No Seven-a-side, são 2 tempos de 7 minutos. No Ten-a-side são 2 tempos de 10 minutos.
 
Principais regras
Uma partida de rugby conta com um árbitro principal, auxiliado por dois assistentes nas linhas laterais. Pode haver também um quarto árbitro e um juiz de vídeo (chamado de TMO).

No Rugby de Quinze são 15 jogadores de cada lado, sendo 3 especialistas (pilares e hooker). Uma equipe pode efetuar 7 substituições, sendo 2 reservadas para jogadores especialistas. Podem ser efetuadas substituições temporárias em caso de sangramento. O jogador que está sangrando sai de campo e tem 15 minutos para estancar o sangramento, enquanto outro atleta joga em seu lugar.
Um jogador que comete uma falta grave pode ser punido com um cartão amarelo, que o colocado por 10 minutos de fora da partida. No Seven-a-side, a suspensão é de 2 minutos; um segundo cartão amarelo ou uma falta gravíssima são punidos com a expulsão do atleta.

Existem quatro formas de se pontuar no Rugby, sendo elas o objetivo do jogo: Try (ensaio) –para anotar um try, um jogador deve alcançar ou ultrapassar a linha de in-goal do adversário (a linha de fundo) e apoiar a bola contra o solo, sendo necessário o contato simultâneo voluntário entre o atleta, a bola e o chão. Um try vale 5 pontos, e dá direito a um chute a gol (a conversão) para o time que pontuar. Em português, a tradução para ‘try’ é ‘ensaio’.
Penal try (Penalty try): quando um jogador é impedido de anotar um try certo por meio de um penal, o árbitro pode anotar um pentaly try, isto é, validando um try para a equipe que sofreu o penal. O local do chute de conversão de um penal try é sempre exatamente em uma posição frontal aos postes.
Um jogador pode apoiar a bola em seu próprio in-goal. Se o defensor introduziu a bola no in-goal, será anotado um scrum a 5 metros para o adversário. Se o atacante introduziu a bola no in-goal, o time defensor poderá efetuar um chute (para fora ou não) a partir da linha de 22 metros, ou sair jogando (free kick).

Após anotar um try, a equipe tem direito a um chute a gol valendo 2 pontos. O local de onde o chute será dado deverá ser em qualquer local de uma linha imaginária paralela às laterais e perpendicular ao local onde o try foi anotado (isto é, onde a bola foi apoiada no chão).
‘Try convertido’ é o termo usado para quando um try foi convertido quando o chutador acertou a conversão, totalizando 7 pontos na jogada (5 do try + 2 da conversão).

Após faltas graves, de ação deliberada, o árbitro poderá anotar um penal contra a equipe infratora. A equipe que sofreu o penal poderá optar por um chute a gol do local onde a penalidade foi cometida. Um chute de penalidade certeiro vale 3 pontos.
Drop goal (pontapé de ressalto): a qualquer momento da partida, um jogador poderá tentar um drop goal. Para um drop goal ser validado, a bola deverá ter tocado o chão imediatamente antes de ser chutada, em um movimento de ‘bate pronto’. Um drop goal certeiro vale 3 pontos.

A partida deve ser iniciada ou reiniciada com um chute efetuado a partir do centro do campo, devendo a bola percorrer pelo menos 10 metros para frente. Quando pontos são marcados, no Rugby de 15 jogadores, a equipe que sofreu os pontos deve efetuar o chute de reinício.
No Seven-a-sie, quem efetua o reinício é a equipe que marcou os pontos, sendo, portanto, o oposto do Rugby de 15 jogadores.

Tackle (placagem): Somente o jogador que está com a posse da bola pode receber uma placagem, isto é, pode ser derrubado ou agarrado por um adversário. Derrubar ou obstruir um jogador que não esteja de posse da bola resulta em penalidade.

O tackle pode ser feito somente da linha do peito do adversário para baixo. Um tackle acima é punido com uma penalidade. Nenhum movimento de violência contra o adversário pode ser usado na tentativa de contê-lo, e não é possível fazer uso das pernas para se derrubar o adversário. O jogador que efetua o tackle é responsável pela segurança daquele que o sofreu.

Passe com a mãos: a bola pode ser passada com as mãos somente para um jogador atrás ou na mesma linha do jogador com a posse da bola. Uma bola passada para a frente resulta em uma falta, chamada de passe para frente, ou forward pass. A falta resultante é penalizada com um scrum para o adversário.
Knock on (bola para frente): Será anotada uma falta toda vez que um jogador deixar a bola cair para a frente, sendo penalizado com um scrum para o adversário.

Chute: um jogador pode chutar a bola para frente, mas somente o chutador ou um jogador que estivesse atrás ou na mesma linha do chutador no momento do chute podem apanhar a bola. Um jogador que estiver à frente estará em impedimento.
Um chute pode ser efetuado para fora. Se o chute foi dado à frente da linha de 22 metros defensiva, o lateral será cobrado do local paralelo onde a bola tocou o solo pela última vez. Se o chute foi dado atrás da linha de 22 metros defensiva, o lateral será cobrado no local onde a bola saiu.

Em penalidades graves, a equipe que recebeu a falta pode optar por chutar a bola para fora e cobrar o lateral no local onde a bola saiu.
Mark (marca): um jogador defensor que receba um chute do adversário dentro da área de 22 pode pedir a marca no momento que tocar o solo com os pés. Com a marca, ele não poderá ser tocado e deverá chutar a bola para frente ou sair jogando (com um free kick).

Linha de impedimento: em jogadas paradas, a bola ou uma formação fixa marcam a linha de impedimento. Todos os jogadores devem ficar atrás da bola ou da formação. Um jogador que se posicione na frente dela está em posição de impedimento, não podendo participar da jogada. A participação resulta em penalidade. No jogo aberto, não há impedimento dos atletas que iniciaram a jogada em posição legal.

Obstrução: um jogador não pode obstruir a passagem de um jogador adversário, podendo ser punido com uma penalidade.
Jogador ao solo: quando o jogador que tem a posse da bola for ao solo, ele deverá deixar a bola livre. O ato de segurar a bola no solo resulta em penalidade. O jogador tem direito a um movimento com a bola antes de soltá-la.
 Vantagem: se a equipe que sofreu uma falta levar vantagem em uma jogada, o árbitro permitirá a sequência da jogada.
 
Formações:
Scrum (formação ordenada): formação usada pelos forwards para recomeçar o jogo após algumas jogadas irregulares ou penalidades leves.
 Oito jogadores de cada lado formam uma escaramuça e se empurram. O scrum-half do time que recebeu a penalidade introduz a bola no meio da formação, e os atletas do scrum (exceto os pilares) podem utilizar os pés para puxar a bola. Os 3 jogadores da primeira linha são especialistas, e só pode haver disputa no scrum se os dois times possuem tais jogadores.
No Seven-a-side, apenas 3 jogadores de cada equipe (dois pilares e um hooker) participam do scrum.
Ruck (formação espontânea) – formação muito comum que costuma acompanhar um lance de contato. Após receber um tackle e ir ao solo, o atleta é obrigado a soltar a bola, seguindo-se um ruck, no qual os atletas das duas equipes disputam a posse da bola, que está no chão.Todos os demais jogadores devem ficar atrás do último homem que está na formação, não podendo entrar no ruck pela sua lateral ou pelo lado do adversário. A bola não pode ser manuseada pelos atletas que estão no chão.
Maul (volante/formação móvel) – formação que segue um lance de contato. Um maul é caracterizado quando três ou mais jogadores estão em contato simultâneo e, em pé, disputam a posse da bola, que não está no chão. Assim, pode ser formado um maul, no qual os jogadores empurram os atletas que se chocaram a fim de levar a bola adiante. Derrubar um maul propositalmente resulta em penalidade. Nenhum atleta pode entrar no maul pelo lado da formação o pelo lado do adversário.
Lateral (lineout): quando a bola sai pela linha lateral, a reposição é normalmente feita por meio de um line-out. Jogadores de cada equipes formam duas fileiras perpendiculares à linha lateral e espaçadas por 1 metro. A bola deve ser lançada justamente a meia distância entre as duas fileiras, ocorrendo a disputa entre as equipes. As fileiras de atletas podem erguer jogadores para disputarem a bola no ar, mas nenhum jogador no ar pode ser tocado pelo adversário.
 
Um atleta pode cobrar rapidamente o lateral antes que o alinhamento seja formado


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