Fungos que destroem plantações de mandioca podem estar espalhados por todo o estado, diz pesquisadora
Cristiane Ramos de Jesus, da Embrapa-Amapá, ensina que prevenção ao mal pode ser manejo e correção de solo, entre outros cuidados
A chefe adjunta de pesquisa do Núcleo de Proteção de Plantas da Embrapa-Amapá, Cristiane Ramos de Jesus, alerta que o problema no plantio de mandioca das comunidades indígenas de Oiapoque, cuja produção deste ano foi perdida, pode ocorrer em todo o estado do Amapá, caso não haja manejo e correção de solo necessários para impedir a ação dos fungos detectados por técnicos da empresa pública no município fronteiriço.
Cristiane fez o alerta no fim da tarde desta terça-feira, 2, no programa ‘Ponto de Encontro’ (Diário FM 90,9), ao informar que técnicos da Embrapa local detectaram a causa do problema que levou os índios do Oiapoque a perderem a produção de farinha deste ano, e que para consegui-la têm que recorrer ao comércio formal na sede do município.
A chefe adjunta informou que uma equipe da empresa, formada por ela, o fitopatologista Adílson Lima e o analista Jackson Antunes, conseguiu localizar nas terras indígenas quatro espécies de fungos que ocorrem na haste da maniva, que é a semente da mandioca.
A maniva foi levada para laboratório e depois da assepsia nela realizada foi descoberto que os fungos estão dentro da haste da planta, o que dificulta o controle deles. Com ajuda de colegas da Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA), três dos fungos já foram identificados e um ainda está em análise.
Cristiane Ramos de Jesus descreveu que os fungos são de solo, pois atacam as plantas sem fazer mal à saúde humana. Como são difíceis para se lidar com eles, podem levar à perda total da plantação, como vem ocorrendo nas áreas indígenas do Oiapoque. Como solução para o problema, a Embrapa orientou a coleta de manivas sadias para plantação numa área manejada, com correção de solo e outros cuidados necessários.
A pesquisadora da Embrapa-AP, por fim, alertou que os fungos descobertos no município de fronteira podem estar espalhados por todo o estado do Amapá, daí a orientação de que para as plantações de mandioca serem protegidas há de se adotar preceitos da agricultura orgânica com o mínimo de adubação, além de manejo e correção de solo.
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