Polícia

Julgamento Kassio: “Emily se sentia sufocada, mas não conseguia se sair”, diz terceira testemunha

Kelly Paula, amiga com quem Emily conversou pela última vez no WhatsApp, apresenta sua versão dos fatos


Fotos: Elen Costa

 

“Emily sempre foi muito determinada, ela colocava uma coisa na cabeça e ia lá e fazia. Isso chegou num ponto em que ela não fazia mais”. Esse é um trecho do depoimento de Kelly Paula, amiga de Emily Monteiro, cabo da PMAP que foi assassinada a tiros em 2018, vítima de feminicídio pelo seu namorado e ex-soldado da PM Kassio Mangas.

 

“Emily, quando começou com ele [Kassio], dizia que foi entrando no relacionamento e não conseguiu sair mais, que não tinha sentimentos por ele, que ele era muito ciumento e possessivo, mas ela não conseguia se sair. […] Ela tinha medo dele fazer alguma besteira, mas não imaginava que fosse com ela”, testemunhou Kelly Paula.

 

“Emily sempre gostou da liberdade dela. Ela sempre se queixava de não estar feliz com a situação, se sentia sufocada. E uma vez ela me disse que teve que mandar print da nossa conversa comprovando que estava indo na minha casa. Foram várias situações, sufocando e sufocando ela, que ela não conseguia se sair mais. Ela tentou várias vezes [se separar], inclusive ela recomendou terapia de casal para ele, assim ela ia se libertar”, relembrou.

 

 

Após o assassinato de Emily, Kassio enviou mensagens para Kelly, pelo celular da própria vítima, por volta das 17h25min, dizendo que “queria muito ficar com ela [Emily], mas ela não me quer. Mas tudo bem, que ela seja feliz com o Rafael, by Kassio Mangas”.

 

Rafael, segundo a defesa do réu, seria uma pessoa que Emily estava conversando. Ainda nas mensagens, Kassio disse: “Mesmo eu descobrindo, não foi de certa forma traição, pois eles nem sequer ficaram, e eu disse que perdoava ela, mas não ela não quis mesmo assim”.

 

A amiga alegou que não entendeu as mensagens, e justifica a Kassio dizendo que estava bêbada. Ao achar tudo estranho, Kelly ligou para o número de Emily, mas não foi atendida. Por volta das 18h30, a amiga soube da morte de Emily.

 

O celular da vítima nunca foi encontrado.

 


Deixe seu comentário


Publicidade