Dirce Bordalo acusa Maurício Pereira de leviandade e de usar Comissão da OAB para cooptar clientes no meio criminoso
Advogada da PM responde a declarações do causídico que critica letalidade de policiais militares em operações no Amapá
Douglas Lima
Editor
A advogada da Polícia Militar do Amapá, Dirce Bordalo, afirma, em escrito endereçado ao Diário do Amapá, que o advogado Maurício Pereira tem problema pessoal com a corporação, porque já foi preso, e que hoje se utiliza “estrategicamente” da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB para promover sua vingança pessoal e coptar clientes no meio criminoso.
O escrito de Dirce Bordalo foi a propósito de matéria publicada no Diário do Amapá Online, sábado, 17, à luz de declarações que Maurício Pereira deu no mesmo dia no programa ‘Togas e Becas’ (Diário FM 90,9), também do Sistema Diário de Comunicação. O advogado criticou a letalidade de policiais militares em operações no Amapá. “2023 é o ano que mais a Polícia Militar já matou. O Giro, agora, não mata mais só um, mata dois-três-quatro de uma só vez”, afirmou o causídico.
Em defesa da PM, Dirce chama de levianas as afirmações do conselheiro da OAB nacional. “Hoje, no Amapá, existem, por baixo, seis facções criminosas, responsáveis por toda a sorte de crimes cometidos em nosso estado, inclusive homicídios de rivais com requintes de crueldade. Só nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2023, aconteceram mais 120 ataques de facções criminosas, com mais de 80 feridos e 60 mortos”, descreve a advogada.
Dirce Bordalo acrescenta que para todos os ataques de facções a Polícia Militar é acionada, pois é quem tem legitimidade para perseguir e prender os envolvidos, especialmente os batalhões operacionais como o Bope. Continuando a advogada descreve que quando os faccionados saem para roubar, traficar ou matar, não vão em número pequeno, e todos armados, mesmo porque o sucesso de suas empreitadas criminosas depende da superioridade numérica e de armas que utilizam uns contra os outros.
“É por este motivo que os confrontos entre polícia e bandidos têm resultado nas mortes de 2, 3 faccionados. Eles atacam em bando. E é óbvio que sempre vão levar a pior, porque os policiais do Amapá são treinados para combater o crime, em todas as suas formas. Na hora de um confronto armado, onde o risco de morte é atual, não há evangélico, católico, ateu, umbandista e etc., que espere ser alvejado, para então reagir. É humanamente inexigível. Defender a própria vida é um direito supra legal, está acima da lei”, ensinou.
A doutora Dirce mostrou que tanto é verdade que o doutor Maurício se utiliza estrategicamente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, que não se vê qualquer trabalho efetivo dessa comissão no Amapá às vítimas reais dos criminosos, ao contrário, só mobiliza essa condição para defender bandidos que confrontam com a polícia. “Ontem mesmo, quando se ocupava de perseguir o Bope, um cabeleireiro foi morto em um confronto de facções, e a Comissão de Direitos Humanos mantém um silêncio sepulcral sobre o assunto”, alertou a causídica.
Na matéria publicada no Sistema Diário de Comunicação, o advogado faz alusão ao caso do vigilante da OAB, Adriano Fortunato, morto por PMs no posto de serviço na sede da instituição. Ele anunciou que a equipe da Polícia Militar que participou da operação está sendo levada para o Tribunal do Júri. A acusação, no julgamento, será feita pelo próprio Maurício Pereira.
A advogada Dirce Bordalo, por sua vez, escreve o seguinte: “Sobre o caso do vigilante da OAB que vai a júri, temos provas irrefutáveis da participação do mesmo no esquema criminoso – furto de armas e valores do banco Santander. E isto será provado no julgamento”. Por fim, conclui: “As ações da Polícia Militar do Amapá são legítimas, tanto que, em 13 anos que advogamos para eles, nenhum foi condenado no Tribunal do Júri por ter se defendido de um ataque criminoso”.
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