Polícia

Maurício Pereira acusa Delegacia-Geral de impedir que Decipe apure mortes praticadas por policiais

Segundo advogado, impedimento é determinado através de portaria assinada pelo próprio titular da unidade da Polícia Civil


 

Douglas Lima
Editor

 

O advogado Maurício Pereira denunciou na manhã desta terça-feira, 20, que a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe), a qual ele chama de Delegacia de Homicídios, em obediência à portaria assinada pelo delegado-geral, Cézar Vieira, não apura mortes praticadas por policiais.

 

Maurício fez a denúncia no programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9), no curso de contestação à advogada Dirce Bordalo a respeito da frequente letalidade nas intervenções policiais de integrantes da PM. Dirce é advogada da Polícia Militar do Estado do Amapá.

 

O advogado explicou que em razão da portaria, os crimes de morte praticados por policiais são apurados pelas delegacias de bairro, as quais, segundo ele, são despreparadas para essas investigações que,  ainda conforme o causídico, só começam cerca de 20 dias depois da ocorrência.

 

“A Delegacia de Homicídios é uma unidade preparada para investigar e elucidar crimes de morte, com quatro equipes disponíveis para essa função, mas não atua na apuração de mortes praticadas por policiais porque uma portaria do delegado-geral impede isso”, denunciou o causídico, ressaltando que homicídio é crime de morte, sendo ele praticado por uma pessoa qualquer ou por um policial.

 

Embate

Maurício Pereira, que integra a Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, chamado de leviano pela colega de profissão, Dirce Bordalo, rebateu dizendo que ela é que fora leviana e irresponsável em suas palavras ao dizer que ele usa a Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB para promover vingança pessoal contra a PM e cooptar clientes no meio criminoso

 

No dia de ontem, a advogada Dirce afirmou que Maurício Pereira tem problema pessoal com a Polícia Militar, porque já foi preso. Hoje, o causídico afirmou que nunca foi preso pela PM, mas pela Polícia Federal, em 2003, porque criminalizaram a sua atuação de advogado. Revelou que foi processado pela PF, mas absolvido pela Justiça.

 

Outro equívoco de Dirce Bordalo, segundo Maurício Pereira, foi acusá-lo de se locupletar no cargo de membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB. “Ela mostra total desconhecimento e ignorância sobre as atividades da Comissão a que pertenço. A Comissão trata de políticas públicas. Eu nunca fui esse bandido que ela está pintando”, ressaltou o advogado.

 

Em meio às declarações de Maurício, entrou no ar, pelo telefone, o advogado Charles Bordalo, marido de Dirce, dizendo que o colega não tinha sido cavalheiro com a colega que apenas mostrara, anteriormente, que a polícia mata bandidos em defesa da sociedade. Em seguida, o representante da OAB listou quatro casos de mortes de pessoas que para ele não pertenciam ao mundo do crime. “A Polícia Militar está matando inocentes”, acusou Maurício Pereira, finalizando.

 


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