Diário Política

Lula é recebido pelo presidente da Itália

Na pauta, acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia


Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido, nesta quarta-feira (21), pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, no Palazzo del Quirinale, em Roma. Os dois líderes conversaram sobre a aproximação entre as universidades e a ampliação do intercâmbio comercial entre os dois países.

 

“Minha relação com a Itália é histórica, desde a época em que fui dirigente sindical. Hoje retorno ao país para fortalecermos as relações e parcerias entre as duas nações”, escreveu Lula, em publicação nas redes sociais.

 

O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) também foi pauta do encontro.

 

Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 países, o que poderá levar anos e enfrentar resistências.

 

O próprio presidente Lula defende alterações em pontos do acordo de livre comércio, sobre compras governamentais. Na quinta-feira (22), Lula irá a Paris e terá encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron. Um dos temas em discussão deverá ser a aprovação, na semana passada, pela Assembleia Nacional da França, de uma resolução contra a ratificação do acordo. A medida foi considerada dura pelo presidente brasileiro.

 

Agenda

O encontro com o presidente Matarella, no Palácio do Quirinale, foi seguido de um almoço, oferecido pelo anfitrião à Lula e à primeira-dama, Janja Lula da Silva.

 

Antes do encontro com Mattarella, Lula teve audiências com o ex-primeiro-ministro da Itália Massimo D’Alema e com a secretária-geral do Partido Democrático Italiano, Elly Schlein.

 

Ainda nesta quarta-feira (21), o presidente tem uma reunião com o papa Francisco, no Vaticano. Eles devem debater temas como guerra na Ucrânia, mudanças climáticas e combate à fome. Lula também vai convidar o pontífice a participar do Círio de Nazaré, uma das principais festas religiosas do país realizada anualmente em outubro, em Belém. Na sequência, haverá audiência com o arcebispo Edgar Peña Parra, da Secretaria de Estado do Vaticano.

 

Também nesta quarta-feira, o presidente brasileiro terá encontros bilaterais com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e com o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri.

 

O encontro com Gualtieri terá um caráter pessoal. O político foi uma das personalidades internacionais que visitou Lula durante o período em que o ex-presidente esteve preso em Curitiba, de 2018 a 2019, no âmbito da Operação Lava Jato. Na época da visita, em julho de 2018, Gualtieri exercia mandato de eurodeputado pelo Partido Democrático Italiano.

 

Até a véspera da viagem, o encontro com a chefe de governo sobre Giorgia Meloni não estava confirmado, de acordo com autoridades brasileiras. A reunião foi confirmada nesta terça-feira (20) pelo Itamaraty. Primeira mulher a ocupar o cargo, Meloni é líder do primeiro governo de extrema-direita no país em décadas.

 

Lula chegou a Roma na manhã de terça-feira e o primeiro compromisso na capital italiana foi com o sociólogo Domenico de Masi, referência internacional em estudos sobre a sociologia do trabalho. Autor do livro Ócio Criativo, de Masi tornou-se famoso pelo conceito segundo o qual o ócio é um fator que estimula a criatividade pessoal. Assim como Roberto Gualtieri, Domenico de Masi também visitou Lula na prisão, em Curitiba. No encontro desta terça-feira, os dois conversaram sobre o cenário político no Brasil e na Europa.

 

Na quinta-feira (22), Lula embarca para Paris. Na capital francesa, participa da Cúpula sobre o Novo Pacto Global de Financiamento e terá encontro bilateral com o presidente Emmanuel Macron.

 

Lula também fará o discurso de encerramento do evento Power Our Planet, a convite da banda Coldplay, na noite de quinta-feira. O evento será realizado no Campo de Marte, em frente à Torre Eiffel, e também terá as presenças de líderes do Timor Leste, Barbados, Gana e Quênia, além da prefeita de Paris, Ane Hidalgo.

 

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

 


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