Política

Clécio completa seis meses de governo e anuncia construção do novo Hospital de Emergência

Gestor amapaense faz avaliação positiva, mas diz estar muito longe do que quer e do que o povo merece


Fotos: Wallace Fonseca/DA

Douglas Lima
Editor

 

Nos cálculos do governador Clécio Luís a construção do novo Hospital de Emergência de Macapá será iniciada em dezembro do ano em curso ou no início de 2024. Ele fez a projeção de tempo na manhã desta segunda-feira, 10, no programa‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9), ao avaliar os seus seis primeiros meses de gestão.

 

“Faço balanço positivo desses seis meses de governo, mas está muito longe do que queremos e do que o povo do Amapá merece”, reconheceu Clécio sobre o seu desempenho no governo, acrescentando o seguinte: “Estou muito entusiasmado com as possibilidades de como deixar um legado da minha administração”.

 

 

Como tem sido sempre, desde o seu primeiro dia de governo, quando montou gabinete no Hospital de Emergência de Macapá (HEM), Clécio Luís apontou a saúde como a principal prioridade de sua gestão, dando números: 249 leitos novos no próprio HE, 12 UTIs no HCA e 27 novas UTIs no Hospital do Oiapoque.

 

O governador, como suas realizações na saúde do estado no primeiro semestre do corrente ano, também apontou que as obras do Hospital de Santana estão quase concluídas e que no Hospital de Porto Grande faltam apenas alguns ajustes para que o estabelecimento seja entregue. Houve também trabalho na Maternidade e no Hcal.

 

“Nós temos um planejamento de intervenção na saúde em todo o estado. Vamos avançar, vamos revolucionar”, vibrou o governador, para em seguida prometer fazer encontro de contas com o governo do Pará sobre os serviços que o Amapá presta a pacientes das ilhas daquele estado, envolvendo principalmente Afuá e Chaves.

 

Clécio registrou que na semana passada a Caixa Econômica Federal liberou o projeto definitivo para a construção do novo Hospital de Emergência, no valor total de R$ 110 milhões. O hospital consistirá de prédio de cinco andares com linhas arquitetônicas de última geração e capacidade para 250 leitos.

 

O novo HEM será construído de frente para a avenida Padre Júlio Maria Lombaerd em terreno cedido pelo Exército Brasileiro, por trás do atual Hospital de Emergência. Antes, a área abrigava residências de oficiais dessa Força brasileira, e foi cedida em negociação feita pelo senador Davi Alcolumbre.

 

O governador Clécio garantiu que o próximo HEM valerá mesmo R$ 110 milhões provenientes de emenda de R$ 120 milhões do senador Davi. “Conseguimos limitar o projeto em cento e dez milhões. Então restou essa margem de dez milhões para que possamos usar, se houver necessidade”, explicou o gestor do Amapá.

 

Clécio Luís projetou que após a publicação da licitação, semana passada, demandarão 60 dias para a abertura da concorrência, e depois mais 90 ou 120 dias para o começo da obra. “Acredito que o novo Hospital de Emergência terá a construção iniciada em fins de dezembro deste ano ou começo de 2024”, previu.

 

Fronteira

Na avaliação de seis meses de governo, Clécio Luís falou sobre as relações do Brasil com a França, e do Amapá com a Guiana Francesa. No entender do governante, essa questão transfronteiriça, que vem de 28 anos de cooperação, sempre teve altos e baixos, mas baixos para o lado brasileiro, mas que agora, depois de quatro anos, há um avanço muito grande por conta da recente reunião ocorrida em Caiena.

 

O governador registrou que em sua fala na reunião com os franceses ele disse em alto e bom som: “Nós queremos, no Amapá, a igualdade que está escrita na bandeira de vocês”, referindo-se à desigualdade que ocorre, pelo menos até agora, na relação entre os dois lados, na qual predominam mais os interesses francos.

 

Clécio Luís, na capital da Guiana Francesa, reivindicou como ponto principal o retorno da expedição do visto em Macapá, e daqui a pouco a exclusão desse visto, para que se aplique o princípio da reciprocidade. “Não exigimos visto para que eles entrem em nosso estado, então é natural que eles também não façam essa exigência para nós”, exemplificou.

 

“Nós queremos cooperação em segurança pública. Nesse setor, já existe um patamar operacional. Os policiais brasileiros conhecem todos os policiais franceses, na fronteira, o que é muito bom, mas reivindicamos que as instituições se conheçam também”, esclareceu o governador.

 

Clécio defendeu a criação de um laboratório de fronteira. Esse item ele citou como uma das cooperações de saúde que podem acontecer na relação. Na educação, a ideia é  aprimorar o que já existe. Ele pontuou que na Guiana Francesa o português é muito bem falado, e que no Amapá existe até uma associação de professores de língua franca.

 

“Mas nós queremos fazer negócios, para geração de emprego e renda. Nisso ainda estamos muito travados. Porém nessa retomada de contato houve uma sinalização positiva com a presença de altas autoridades francesas e do próprio Brasil”.

 

Bailique

O governador Clécio Luís registrou a sua ida com o ministro Waldez Góes e o senador Davi Alcolumbre, a João Câmara, município riograndense do norte que dessaliniza água com tecnologia chinesa. Ele informou que técnicos virão ao Amapá para estudar a possibilidade do procedimento também ser realizado no arquipélago do Bailique.

 

O gestor citou as buscas de solução empreendidas pelo ministro da integração e do desenvolvimento regional, Waldez Góes, para os problemas do Bailique. Louvou a iniciativa da autoridade federal de incluir Bailique como área de interesse nacional em virtude da importância da foz do rio Amazonas.

 

Clécio ainda falou do projeto ‘Mais luz para a Amazônia’, o qual pensa em executar no arquipélago do Bailique, que sofre problema de falta de energia elétrica. Ele observou que o linhão não deu certo no local, por causa das terras caídas, que derrubam postes, então uma solução seria a energia solar com reforço de geração de luz a óleo diesel.

 

Segurança

Clécio viu que a segurança pública tem recebido muitos investimentos, realizado obras, sendo dotada de equipamentos, armas, munições e drones, mas também cumprido com a sua obrigação. “Diminuímos os índices de assaltos, mas ainda não de mortes violentas, porque elas vêm sendo cometidas na guerra entre as facções criminosas”, justificou.

 

Cultura

Clécio Luís informou que o governo ronda o estado todo para fazer um planejamento estratégico de cultura, e registrou que o Amapá foi o primeiro no país a aderir à Lei Paulo Gustavo, habilitando-se a recurso de mais de trinta milhões de reais para execução no segundo semestre de 2023 e ano que vem.

 

“Retornamos com o Carnaval, depois de oito anos; fizemos o maior festival junino de todos os tempos e avançamos na política de editais”, listou o governador Clécio Luís na entrevista concedida ao Sistema Diário de Comunicação, através da Rádio Diário FM 90,9.

 

Esportes

O gestor citou que o governo destinou dois milhões de reais para a temporada do futebol amapaense do corrente ano, e está em vias de liberar a mesma quantia, para 2024. A Secretaria de Esporte e Lazer trabalha considerando o esporte atividade que preserva saúde e também gera dignidade, inclusive servindo de impedimento da evasão escolar.

 

Clécio Luís informou em primeira mão que a paratleta amapaense Wanna Brito, que atualmente brilha na França, foi absorvida pelo governo do estado para estimular o surgimento de novos paratletas e também inspirar superação a muitos portadores de dificiência.

 

Economia

O governador Clécio analisou que não adianta o estado avançar em setores como o de saúde, educação e segurança, se não tiver a sua economia fortalecida, e que por isso a administração estadual incentiva a iniciativa privada a gerar emprego e renda. Um desses incentivos foi levar empresários locais para a reunião transfronteiriça em Caiena.

 

Outro incentivo, lembrou Clécio Luís, foi liderar movimento em Roraima com a finalidade de trazer de volta para o Amapá agricultores que há anos foram embora por não terem tido incentivo para desenvolver o agronegócio, e informou sobre o 1º Dia de Campo a acontecer, sábado próximo com colheita de soja no município de Porto Grande.

 

“Ou ajudamos a iniciativa privada ou vamos colapsar”, atestou Clécio, ainda abordando o setor de economia, e também lembrando que os recursos federais destinados ao estado serão diminuídos em razão da população do Amapá, conferida pelo IBGE, ser menor do que a estimada pelo próprio instituto.

 

O governante viu que neste momento, mais do que nunca, o estado precisa da importância dos senadores Davi Alcolumbre, Randolfe Rodrigues e Lucas Barreto, bem como da bancada de deputados federais. “Mesmo assim, ainda pode ser insuficiente, porque precisamos de uma economia pulsante”, reconheceu.

 

Clécio, no entanto, vibrou com a manutenção da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana, Zona Franca Verde e Zona Franca de Manaus, itens que passaram a também integrar a estrutura da nova Reforma Tributária. “Isso é importante. É um avanço, porque o Brasil é formado de brasis. Então temos que lutar pela repartição de recursos”, disse.

 

Servidores

Clécio Luís, no assunto serviço público, começou registrando que ele próprio é um servidor público estadual, não porque ocupa no momento a governadoria do Amapá, mas porque é policial civil e professor concursado. “Porém, temos que ser honestos. A situação do estado não é boa, mas não dar reajuste salarial não é justo”, pontuou.

 

Em seguida, lembrou que deu reajuste linear de 5,6% aos servidores do estado. No que diz respeito aos servidores da educação, que têm feito greve por questão salarial, além do reajuste linear, propõe conceder, dentro do limite financeiro do governo, 4,16%, já, e 3% no fim do ano, mas o segmento não aceita.

 

“Criamos agenda, na verdade, um comitê para tratar caso a caso, com cada categoria de servidores. Fizemos concurso para a Ueap, nomeamos policiais civis e estamos trabalhando para inserir seiscentos concursados da Polícia Militar e trezentos dos bombeiros. Fizemos evento de reconhecimento ao valor dos servidores que estão se aposentando”, descreveu.

 

O governador terminou a entrevista fazendo referência à ação ‘Mais Sorrisos’, que o governo do Amapá realizou recentemente com a ONG ‘Doutores da Amazônia’, quando foram feitos milhares de atendimentos odontológicos e outros a indígenas do município de Pedra Branca do Amapari. A ação foi coordenada pela primeira-dama Priscila Flores.

 

Clécio Luís afirmou que a ação ‘Mais Sorrisos’, que aconteceu mais precisamente na aldeia Aramirã, em Pedra Branca do Amapari, serviu d piloto para outras ações similares, tanto para indígenas como para ribeirinhos, quilombolas e outros segmentos interioranos. “Foi uma ação linda, que precisa continuar”, concluiu.

 


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