Artesãos do ‘Recanto dos Artistas’ criam obras de arte com material que seria descartado
Matéria-prima oriunda de sobra de construções e de árvores tombadas é utilizada nas confecções
Wallace Fonseca
Estagiário
A arte milenar do artesanato, enfraquecida pela revolução industrial, ainda pode ser vista, embora sem a devida atenção, no ‘Recanto dos Artistas’, no bairro Universidade, local onde ainda é desempenhada a manufatura que utiliza recursos naturais em suas confecções.
Além de manter a tradição humana de criar utensílios para facilitar seu dia a dia, os artesãos do Recanto dos Artistas também contribuem com o meio ambiente e com a limpeza urbana, uma vez que para seu trabalho são utilizados materiais que seriam descartados.
“Eu saio nas ruas e vou recolhendo esses materiais, restante de obras, madeiras de atracamento; transformo isso em casas de passarinhos, carrinhos de mão; é um trabalho superbacana e satisfatório”, declara Regis Silva, artesão responsável pelo espaço.
O Recanto dos Artistas, numa área de três hectares, conta com três artesãos que trabalham principalmente com madeira recolhida em frente a áreas de construção e em rios e áreas de mata, onde os vegetais lenhosos tombados naturalmente se depositam.
“É muito gratificante você acordar todos os dias e fazer aquilo que você gosta. Eu acordo todo dia e faço meus arranjos, meus artesanatos, Isso é maravilhoso; eu amo o que faço. Ser artesão é isso”, diz Mara Marceneira, artesã.
Os artistas pretendem fazer uma exposição, mas se deparam com um obstáculo: falta de investimento. O dinheiro arrecadado com a venda dos artesanatos também é investido no próprio espaço de trabalho, além de ser a fonte de renda dos trabalhadores, o que não é o suficiente para realizar a exibição. O Recanto dos Artistas segue sem apoio de órgãos públicos.
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