Tenente PM que tentou matar soldado em caso passional ocupa sala do COE, sem grades
Oficial judicialmente se encontra preso, mas causando preocupação a militares, por estar recolhido em ambiente aberto e perto de armamento
Informação anônima procedente do interior do quartel do Batalhão de Operações Especiais (Bope) dá conta da preocupação de militares, ali baseados, com a presença do tenente PM Adriano Silva Costa, recolhido em uma sala da Companhia de Operações Especiais (COE), depois de no começo do mês agredir fisicamente a ex-companheira Jacyara Pereira Corrêa, balear o soldado Francisco Santiago, ser preso em flagrante e ter prisão preventiva decretada pela Justiça.
A preocupação que sai de dentro dos muros do Bope é decorrente da possibilidade do tenente Adriano entrar na Sala de Armamento do batalhão, armar-se e quem sabe atentar contra a própria vida ou de alguém ali, uma vez que pode estar com o seu estado psicológico abalado, em razão das circunstâncias conturbadas que o envolveram, passionalmente.
Jacyara, também militar, convivera com Adriano por cerca de dez anos, com quem tem um filho autista de oito. Na ocasião dos fatos, ele foi à casa da ex, onde o soldado se encontrava, num início de relacionamento com Jacyara. Transtornado, o tenente primeiramente baleou o soldado e depois agrediu a mulher, fisicamente. Vizinhos ligaram, providenciando a guarnição que prendeu o agressor em flagrante.
Em audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em flagrante do tenente Adriano Silva Costa, em prisão preventiva, determinando, literalmente, entre outros termos: ”Comunique-se à autoridade policial para que o indiciado possa ser encaminhado junto ao Batalhão da Polícia Militar, na ala específica para presos provisórios, devendo inclusive ser suspenso o porte de arma do mesmo, até decisão ulterior”.
A decisão judicial foi cumprida, mas não plenamente, uma vez que a Polícia Militar desativou muito antes do episódio entre o oficial e o soldado o espaço gradeado que tinha destinado a presos provisórios. Assim, o tenente Adriano, segundo a informação anônima, encontra-se numa sala do COE, sem grade, mantendo a porta fechada somente durante o expediente normal do quartel. Fora disso, fica à vontade com a porta aberta à pouca distância da Sala de Armamento do Bope.
Além disso, as duas vítimas circulam pelo batalhão, pois a mulher é sargento e o soldado que sofreu os disparos faz fisioterapia no local.
Em outros casos, agentes da Segurança Pública envolvidos em crimes são direcionados para o Centro de Custódia, no Zerão.
A reportagem tentou contato com a PM, que até a publicação não deu retorno.
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