Morar em outro país é sim um sonho possível

 

Cleber Barbosa
da Redação

Diário do Amapá – Você foi gestora da pasta de políticas públicas para o Turismo em Macapá e depois abriu sua própria agência de viagem, que tipo de trabalho realiza aí em Portugal?

Juliane Pereira – Sim, é uma agência chamada Simbora pra Portugal, que surgiu a partir da nossa agência de viagem que se chama Simbora Viajar, aí quando chegamos aqui em Portugal tinham 10 mil seguidores em nossa página, então vim para fazer inicialmente uma pós-graduação em estratégia digital e redes sociais, voltadas para hotelaria e turismo, que era a área que eu trabalhava e tinha paixão pelo turismo, e o quanto a gente acredita nele como força transformadora da economia e tudo mais. Então eu saí da gestão pública com o turismo e resolvi empreender na iniciativa privada. Como essa agência logo se destacou aqui graças a Deus, pela credibilidade e seriedade do nosso trabalho, então as pessoas passaram a buscar cada vez mais informações sobre Portugal, sobre mudar para cá ou viajar de férias, sobre imóveis, como morar legalmente aqui, o que acabou calhando com a minha profisão de advogada, como por minha paixão pelo turismo e pelo empreendedorismo, então a gente criou o Simbora pra Portugal, que já ajudou dezenas de famílias a chegar aqui e morar de forma legal.

 

Diário – Especialmente na questão dos vistos?

Juliane – Sim, na questão dos vistos e também um lugar para morar, uma casinha alugada ou comprada, principalmente dar um direcionamento para esse sonho [de morar no exterior] e tirar esse sonho do papel.

 

Diário – Aliás, sobre essa questão de ser advogada, por aí tem alguma coisa semelhante ao revalida que os médicos estrangeiros fazem para atuar aqui?

Juliane – Bem, antes de ser desfeito o acordo que existia entre a OAB, a Ordem dos Advogados do Brasil e a OAP, a Ordem dos Advogados de Portugal, qualquer advogado brasileiro conseguia trabalhar em Portugal desde que fosse acolhido no primeiro ano por um escritório português, que depois poderia solicitar o registro na Ordem. Entretanto esse acordo está suspenso no momento, mas como o meu trabalho como advogada é no Brasil, pois os vistos precisam ser aplicados no país de origem, aqui em Portugal é feita a autorização de residência, ou cidadania, nacionalidade, mas os processos que a gente realiza são todos realizados no Brasil, então eu preciso apenas do meu registro na OAB, onde a gente tem uma equipe do jurídico atuando aí. Aqui em Portugal eu tenho registro como consultora imobiliária, então a gente concilia as duas funções desta forma.

 

Diário – A sua agência é virtual ou física?

Juliane – A agência Simbora pra Portugal se transformou em uma startup, tudo foi acontecendo de forma muito intuitiva, como disse, calhando com meus estudos aqui, com as pessoas dando apoio a esse nosso trabalho, saltando de 10 mil para 130 mil seguidores, tudo graças ao carinho que a gente recebeu, onde a gente teve que ir adaptando a empresa aos anseios do público e sempre buscando fazer uma coisa muito personalizada, afinal eu coloco sempre muito sentimento em tudo que eu faço, então isso tudo é fruto do trabalho que a gente desenvolveu lá no passado, que nos projetou para essa possibilidade de estarmos hoje aqui e continuar ajudando outras pessoas que não achavam possível morar em Portugal.

 

Diário – E sobre a receptividade dos portugueses?

Patrícia – Bem, quando a gente fala sobre o sonho de morar em outro país não é jamais desfazendo do Brasil, nossa pátria amada, o nosso estado também, mas é que às vezes as pessoas sonham em fazer uma especialização, em ter essa experiência internacional, para depois voltar e contribuir com o estado. Mas muitos pensam ser um processo muito difícil, burocrático, então a gente mostra que com planejamento e organização isso é perfeitamete possível e que você não vai abrir mão nunca da sua nacionalidade e cidadania brasileira para viver esse sonho. Ao contrário, acho que isso agrega, enriquece, Portugal e Brasil tem uma história de construção, aqui eu me sinto muito acolhida, eu vejo que existe, claro, como em todo lugar do mundo, um percentual muito pequeno de pessoas que têm preconceito, que são xenofóbicas, mas a maioria dos portugueses têm profunda admiração pelos brasileiros, pela nossa história juntos, sabe? Fico muito feliz em poder dizer isso aqui.

 

Diário – Obrigado pela entrevista e sucesso!

Juliane – Obrigado pela oportunidade e até breve. (*A íntegra da entrevista em YouTube.com/CleberBarbosa).

 

Perfil

Juliane Pereira – CEO da Startup Simbora EmpreendimentosAdvogada, Empreendedora, Consultora Imobiliária na 100Domus. Líder Silver dōTERRA. Pós Graduada em Redes sociais e estratégias digitais no Instituto Politécnico do Porto, Portugal.

 

Perfil e trajetória profissional

– Empreendedora do Turismo e franqueada TZ Viagens em Macapá/AP.
– Advogada, formada em 2005, atuou na advocacia e exereui as funções públicas de Procuradora de Estado e Defensora Pública Chefe de Núcleo Regional.
– Exerceu até abril de 2018 a função de Secretária Municipal de Turismo, desenvolvendo atividades que fomentaram o turismo ecológico e sustentável como alternativa de desenvolvimento econômico para o Amapá.
– Teve um projeto selecionado pelo Ministério do Turismo para ser apresentado em um Mercado Internacional de Investimentos (MIPIM/2018), em Cannes, na França.
– Foi selecionada como Líder Renova BR e Líder RAPS 2018.
– Cursou o programa de Certificação Executiva em Desenvolvimento de Negócios, Liderança e Networking pela FIA (Fundação Instituto de Administração).

 

 

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