Acidente que deixou 3 mortos pode ter sido um ato suicida, diz sobrevivente
Haroldo Santos foi o único sobrevivente do acidente na BR-210 que deixou três mortos. Ele acredita que o motorista que provocou a colisão entre dois carros tenha cometido um ato suicida
O empresário e jornalista Haroldo Santos, que sobreviveu ao trágico acidente automobilístico ocorrido no início da tarde de quinta-feira, 7, no quilômetro 38 da BR-210, disse na tarde desta sexta-feira, 8, em entrevista ao programa Ensaio Geral (Diário 90,9FM), que o motorista Sérgio Cristiano Lutzer, de 52 anos, que morreu preso às ferragens, provocou o acidente de forma intencional.
Lutzer dirigia um carro Prisma, de cor branco, no sentido Macapá/interior. Haroldo Santos vinha no banco de passageiro de um Corola dirigido pelo empresário Devanir Borzone, de 62 anos, que morreu na hora. O terceiro ocupante do Corola – que estava no banco de trás – era o também empresário Elinaldo Kzan, que teve a morte confirmada pelo Hospital de Emergências de Macapá (HEM) às 12h35 desta sexta-feira, 8.
“Estávamos retornando do município de Porto Grande. Havíamos ido tratar de negócios na região onde o empresário Devanir iria montar um pólo madeireiro tipo exportação. Quando retornávamos, vimos o carro desse senhor invadir nossa pista propositalmente. Deu pra ver que ele olhava pra gente fixamente. O Devanir tirou o nosso carro para a direita o que pôde, mas não teve como evitar a colisão. O carro dele (Lutzer) colidiu contra o nosso já no acostamento. Depois da batida, apaguei”, revelou Haroldo.
O jornalista acredita que Lutzer tinha a intenção de cometer suicídio. “Ele parecia decidido a fazer aquilo, queria se matar. Não posso afirmar, mas ele parecia mesmo querer cometer suicídio. O problema é que ele levou pessoas inocentes junto”, desabafou emocionado.
Momentos de desespero
Ao Diário, o único sobrevivente da tragédia declarou que acordou com as pernas para cima e o rosto sobre o corpo do empresário Devanir, que já estava morto. “Foi horrível. Ouvia o Elinaldo pedir ajuda. As portas travaram e eu chutava o vidro para tentar quebrar, mas sem êxito. Foi quando apareceram algumas pessoas que conseguiram abrir a porta pelo lado de fora e eu saí”, declarou.
Haroldo Santos disse que o socorro só chegou cerca de duas horas depois. “Não havia sinal de telefone naquela área. Algumas pessoas que passaram pelo local do acidente, resolveram sair em busca de ajuda. Fui até o carro do rapaz que provocou o acidente e o vi morto. Fiquei andando de um lado para o outro até que o socorro chegasse. Algumas pessoas queriam me levar para o hospital, mas não quis abandonar meus amigos. Foi quando a aeronave do Grupo Tático Aéreo (GTA) chegou, e logo depois as ambulâncias”, detalhou.
Direção perigosa
Um detalhe sobre esse acidente que deixou três mortos chamou a atenção da Polícia Rodovia Federal (PRF). Um motorista que veio do interior para a capital parou no posto avançado da PRF, no quilômetro 9 da BR-210, e assinou um termo de declaração.
No documento o motorista afirma que cruzou com um veículo de cor branco (mesma cor do Prisma) que seguia no sentido Macapá/Porto Grande, na BR-210, e que o motorista desse veículo realizava direção perigosa, invadindo a pista contrária várias vezes.
“Houve esse registro aqui no posto. O motorista que fez a comunicação assinou o documento e depois seguiu viagem. Na hora seguinte chegou a informação sobre a colisão. Pode ser que seja o mesmo motorista relatado no comunicado, mas somente investigações poderão revelar”, declarou a chefe de fiscalização da PRF, Jorivana Nascimento.
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