Polícia

Catraieiros, os grandes heróis do resgate do corpo do operário Renan

Responsáveis pela travessia da cidade de Santana para a ilha de mesmo nome, e vice-versa, não cumpriram ordem de paralisar buscas, continuaram em ação e acabaram pondo fim na ansiedade da família e dos que acompanhavam o caso


 

Douglas Lima
Editor

 

A dedicação dos catraieiros que participaram das buscas do corpo do operador de máquinas Renan da Silva Lobato, 30 anos, que caiu no rio Amazonas com a empilhadeira que ele operava numa balsa, no porto da Companhia Docas de Santana, foi determinante para o resgate ocorrido nessa sexta-feira, 19, depois de quatro dias do acidente.

As buscas se realizaram com contingentes do Corpo de Bombeiros, Marinha e Exército, e utilização até de drones e jet ski. Vinte e seis embarcações foram usadas nos trabalhos, dez delas dos catraieiros que ganham a vida fazendo travessias da cidade de Santana para a ilha de mesmo nome, e vice-versa.

A operação oficialmente foi encerrada por volta das 19h de sexta-feira, depois do quarto dia das buscas infrutíferas e intensificadas na véspera, quando a empilhadeira fora içada e o operário não estava preso nela.

Mesmo cientes da paralisação oficial dos serviços, os catraieiros continuaram nas buscas, até que por volta das 20h encontraram o corpo de Renan, boiando, perto de onde ele afundara no porto da Companhia Docas de Santana. Se o achado não tivesse ali ocorrido, o cadáver seria levado pelas ondas do rio Amazonas e logo afundado em ossos, depois de devorado por bichos.

Em entrevista na manhã deste sábado, no programa ‘Conexão’ (Diário FM 90,9), o diretor-presidente da Companhia Docas de Santana, Edival Tork, esclareceu que Renan da Silva Lobato era funcionário de uma organização que presta serviço para a Companhia Norte de Navegação e Portos (Cianport), empresa de logística portuária.

O diretor lamentou que o local onde houve o acidente é um ponto cego das câmeras de videomonitoramento do porto organizado de Santana. Imagens poderiam esclarecer as circunstâncias do acidente, contribuindo nas investigações para inquérito a ser aberto pela autoridade marítima.

Tork lamentou a morte do trabalhador e se solidarizou à família enlutada. Antes da entrevista do diretor-presidente, a Companhia Docas de Santana já expedira nota de pesar pelo desenlace do operário em consequência de acidente na área de operações da organização.

 

 


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