Política

Filhos de Janary Nunes relembram histórias em conversa no rádio

Janary Carvão Nunes, filho mais velho, e seu irmão, Rudá, contam causos na Diário FM


 

Wallace Fonseca
Estagiário

 

Janary Gentil Nunes foi um militar e político brasileiro, nomeado primeiro governador do Amapá pelo presidente Getúlio Vargas. Dois de seus filhos, Janary e Rudá, relembraram causos em conversa descontraída no programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9) desta quarta-feira, 24.

 

Janary Carvão Nunes, formado em direito e o mais velho dos dois, é filho de Iracema Carvão Nunes, primeira esposa de seu pai. Baseado em Brasília, no momento Janary passa dez dias em solo amapaense e destaca: “Vim para matar saudades; como diz o poeta, voltar é uma forma de renascer. É um momento de prazer especial ver os amigos, relembrar as coisas agradáveis”.

 

Iracema Carvão Nunes, sua mãe, faleceu em 23 de outubro de 1945, de malária, em Macapá. Janary Carvão Nunes já foi secretário do governo Barcelos e é funcionário aposentado da Caixa Econômica Federal.

 

Relembrando a ‘Tragédia do Macacoari’, ocorrida em 21 de janeiro de 1958, que vitimou seu tio Coaracy Nunes, Janary disse: “O deputado federal Coaracy era muito trabalhador, muito dinâmico e teve um papel importante no governo de Janary, pois trazia os parlamentares ao Amapá. Eles vinham aqui e viam um trabalho sério sendo feito, e obtinha recursos para fortalecer a economia”.

 

Janary também pontuou em sua fala que tamanha foi a contribuição política de Coaracy para a região amazônica, que no estado do Pará existe uma praça com o busto do deputado federal. Complementando, Rudá informou que o busto no Aeroporto Internacional de Macapá também mostra a gratidão amazônica. “Foi considerado o maior parlamentar da região, na época”. Janary levantou o fato de que um convite presidencial foi feito para Coaracy também ser governador do Território Federal do Amapá, mas devido ao seu falecimento, isso não veio a ocorrer.

 

Janary Nunes foi presidente da Petrobras com “plenos poderes”, a pedido de JK. “Uma das primeiras medidas de Juscelino; a imprensa que estava aliada ao capital estrangeiro americano o chamava de ditador nanico”. “Eram amigos”, disse Rudá sobre a relação de seu pai com o presidente JK. “Minha avó ligava para o Juscelino para cantar a música da campanha”.

 

“Minha vó lia muito e gostava do Carlos Heitor Cony, e o autor tem uma frase que ela não esquecia, e ela falava e caía na gargalhada: “Os burros estão mandando nos homens de inteligência, já tô até pensando que a burrice é uma ciência. Essa piada ela contava no Clube Militar (na época da ditadura); só não foi presa pois já era uma senhora”, relembra, Janary, com bom humor.

 

Rudá, relembrando causos, contou que, recentemente, ao entrar em um táxi, o motorista o olhou e disse: “Você parece com o Gilvam, pensei que era ele entrando no carro!”.

 

 “Olha, você tá precisando de óculos”, retrucou Rudá, bem humorado. Um outro motorista disse: “Rapaz, tu pareces com o Luiz Melo”, este segundo, teve aceno positivo de Rudá.

 

Outro caso lembrado por Rudá, foi quando em sua época de produtor de eventos foi escalado de última hora para interpretar Deus. “Um dia entrei no teatro e o Pádua tem uma missão pra ti, o cara que ia fazer Deus faltou, tu vai ser Deus!”, relembrou Rudá: “Tive que gravar um texto, eu sou Deus, criou o céu e o mar, um certo dia na floresta amazônica eu criei os Cabuçus!”, completou. “Eu desço em um banquinho, de túnica branca, com peruca, desci de Deus no teatro, quando eu apareci o teatro veio abaixo, com aquela gargalhada. O Rudá de Deus!”.

 

“Quando eu estava na Caixa Econômica, o procurador-geral João Viana de Oliveira, voz de disc-jockey, pouco cabelo, mas tinha uma barba bonita, ouviu um amigo meu me convidar para uma pelada. Ele se vira com sua voz enpostada, me indagando se tenho algum parentesco com o coronel Janary Nunes?”.

 

“Eu me tremi todo. Tenho, sou filho”, respondeu Janary. “Seu pai é um grande homem, se não fosse ele a Petrobras não existiria”, disse o procurador. “Respondi obrigado, e ele disse que eu não devia agradecer, pois eu não contribuí em nada. A partir daí, quando indagado sobre meu pai, falo que sou filho, mas não tenho nada a ver”, conluiu Janary, aos risos.

 


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