Existência de petróleo no Amapá poderá dobrar reservas brasileiras
Petróleo na Margem Equatorial pode dobrar reserva provada de barris no Brasil, diz diretora do BNDES
Cleber Barbosa
Da Redação
A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, afirmou na segunda-feira (5), que, para realizar a transição energética, o Brasil ainda precisará de petróleo e defendeu a pesquisa exploratória na Margem Equatorial brasileira, no litoral do Amapá. Costa disse que o potencial da região pode fazer o país dobrar as reservas provadas de petróleo nas próximas décadas.
“No pré-sal, de reserva aprovada, temos 14 bilhões de barris de óleo. Na margem, que ainda precisa fazer a pesquisa exploratória, pode ter de 10 a 25 bilhões de barris de petróleo”, disse Costa, durante entrevista ao programa Macro em Pauta, da EXAME.
Costa explicou que com o declínio previsto — e natural — na produção de petróleo no pré-sal, o Brasil precisa abrir novas fronteiras de produção para não ter problemas e evitar importar um óleo com mais pegadas de carbono, como o produzido pela Arábia Saudita e Guiana.
“Se não produzirmos petróleo na Margem Equatorial, vamos importar da Arábia Saudita ou da Guiana, que está fazendo isso do nosso lado. O petróleo do pré-sal, de águas profundas ou ultra profundas do Brasil, é menos intensivo em carbono, no processo de explorar e produzir, do que o petróleo do Oriente Médio”, afirmou. “Por isso, corremos o risco de não fazer a pesquisa exploratória e depois ter que importar um petróleo mais intensivo em carbono”.
Mercado
A executiva do banco de fomento afirmou também, ao defender a exploração, que ela começaria apenas em quatro anos e resultaria em preços competitivos em um contexto de transição energética.
Sobre os cuidados necessários com a região, Costa afirmou que a Petrobras tem tecnologia e experiência comprovadas para explorar sem causar acidentes graves.
“A Petrobras já explorou quase 3.000 poços sem acidentes graves. Ela não é uma empresa com o currículo da BP, no Golfo do México, por exemplo. A Petrobras tem a tecnologia e sabe fazer direito. Nós como sociedade temos que cobrar que ela faça direito e que exista plano de redundância e mitigação de riscos”, afirmou.
Fonte: André Martins, repórter da Revista Exame
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