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Situação de Cunha se complica

Na condição de réu, junto ao STF, e com a recomendação do Conselho de Ética da Câmara para a perda do mandato, por quebra de decoro parlamentar, Cunha continuou com suas manobras, junto à Comissão de Constituição e Justiça e no plenário, onde atuou como protagonista do Centrão, em últimas tentativas para manter unido o grupo que sempre lhe deu apoio.


Ruy Guarany – jornalista
Articulista

A eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidir a Câmara dos Deputados, com mandato até 1 de fevereiro de 2017, se de um lado agradou e fortaleceu o presidente interino Michel Temer, por outro lado pode ser considerada como uma fragorosa derrota imposta ao deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na condição de réu, junto ao STF, e com a recomendação do Conselho de Ética da Câmara para a perda do mandato, por quebra de decoro parlamentar, Cunha continuou com suas manobras, junto à Comissão de Constituição e Justiça e no plenário, onde atuou como protagonista do Centrão, em últimas tentativas para manter unido o grupo que sempre lhe deu apoio. Diante dessa virada histórica, que deu nova cara à Câmara Federal, conforme afirmou o novo presidente, em seu primeiro pronunciamento, não vemos as mínimas chances de Cunha se livrar da cassação do mandato e ter que prestar contas junto à Justiça pelas falcatruas cometidas no uso do mandato.

Ao se defender, na CCJ, Cunha deixou transparecer que o seu estado emocional está fragilizado, chegando a declarar: “Hoje sou eu e amanhã serão vocês”. Foi como se tivesse mexido numa vespeira, tal a reação esboçada entre os membros da Comissão, obrigando ao presidente encerrar os trabalhos e convocar nova sessão para o dia seguinte. Até então, Cunha vinha procurando manter o equilíbrio, evitando, qualquer tipo de agressão à parlamentares. Só que, agora, se perdeu a si mesmo, e, ao ser derrotado na CCJ, resta apenas aguardar a cassação do seu mandato que, segundo adiantou o presidente Rodrigo Maia, poderá ocorrer no início de agosto, tão logo exista o quorum adequado. Sem contar com foro previlegiado, Eduardo Cunha passará a ser julgado em Curitiba (PR).

Aconteceu no Amapá – O governador Ivanhoé Martins dedicou o expediente da tarde para receber os seus auxiliares. Certo dia, chega ao Palácio do Governo o general Tavares Bastos Hothenraust, diretor administrativo da CEA, e se identificou ao funcionário recepcionista. Ao anunciar a presença, o governador quis saber de quem se tratava. O funcionário, meio confuso, disse: Me desculpe, Vossa Excelência, se estou enganado. Mas, pelo que entendi, se trata do general Rasporesto…


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