Esportes

Wada liga governo ao doping russo; porta-voz pede banimento na Rio 2016

Relatório revela fraude também em esportes de verão. COI promete estudar provas e agir com muito rigor


A comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) divulgou nesta segunda-feira um relatório confirmando a existência de um sofisticado esquema de manipulação do controle antidoping nos Jogos de Inverno de Sochi 2014. O documento de 103 páginas confirma as denúncias do ex-diretor do laboratório nacional antidoping russo, Grigory Rodchenkov, de que a manipulação de amostras tinha total apoio das autoridades locais. Segundo a investigação, liderada pelo professor e advogado esportivo Richard McLaren, a fraude era diretamente controlada e supervisionada pelo Ministério do Esporte da Rússia, com assistência de laboratórios de Sochi e Moscou e agências governamentais como a FSB, nome dado à antiga agência de espionagem KGB.

Através do microblog Twitter, o porta-voz da Wada, Ben Nichols, mostrou-se perplexo com a dimensão do escândalo e pediu o banimento de todos os atletas russos de todos os esportes das competições internacionais, incluindo os Jogos do Rio.

– A investigação de McLaren revela o mais deliberado e perturbador abuso de poder que já vi no esporte. Um esquema através de 30 esportes significa que não é mais possível haver presunção de inocência. A Wada pede ao movimento esportivo que negue aos atletas russos a participação em competições internacionais, inclusive do Rio, até que uma “mudança de cultura” seja alcançada.
Diante as revelações, o Comitê Olímpico Internacional (COI) prometeu estudar com calma as “complexas e detalhadas alegações, em particular sobre o Ministério do Esporte da Rússia”, e pode aplicar sanções na Rio 2016.

– As conclusões do relatório mostram um ataque chocante e sem precedentes sobre a integridade do desporto e sobre os Jogos Olímpicos. Portanto, o COI não hesitará em tomar as mais duras sanções disponíveis contra qualquer indivíduo ou organização implicada – disse o presidente do COI, Thomas Bach.


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