Mineradora Tucano Gold retomará lavra no Amapá com frota própria
Empresa também vai produzir minério de ferro a um custo de cinco dólares por tonelada
Mudando a estratégia adotada pelos controladores anteriores, de trabalhar com lavra terceirizada, a Tucano Gold decidiu ter operação própria e para isso contratou uma frota de equipamentos novos, que inclui oito caminhões de 60 toneladas, duas escavadeiras e uma carregadeira, que estão sendo transportados para o site da empresa, no Amapá. Uma segunda entrega está prevista para julho.
“Acreditamos que agora é um bom momento para reiniciar a Mina Tucano, com um preço de ouro firme e infraestrutura de classe mundial instalada. A nossa primeira meta é atingir seis mil onças por mês até agosto e utilizar os fluxos de caixa provenientes destas vendas de ouro para aumentar lentamente esse número para 12 mil onças por mês até meados de 2025. Quanto mais alto for o preço do ouro, mais rapidamente poderemos aumentar as nossas onças mensais. Como algumas crianças alérgicas a nozes, somos alérgicos a dívidas e preferimos crescer com nosso próprio fluxo de caixa. É muito importante para nós trazermos empregos de longo prazo de volta a esta bela parte do Amapá e administrarmos o negócio sem dívidas e despesas corporativas excessivas”, disse Jeremy Gray, CEO da Tucano Gold.
Ele acrescentou que a empresa decidiu recomeçar aos poucos e por isto planejou alimentar a usina de 10 mil t/dia (3,5 milhões t/ano) com estoques de baixo teor e material fresco da cava TAP AB1. “Temos mais de um milhão de toneladas de material de baixa qualidade próximo à planta, com um teor estimado de 0,5 g/t. Este material é uma fonte bem-vinda de ouro de baixo custo”. Ele estima que o cash-cost operacional na escala de seis mil oncas/mês será inferior a US$ 1.200. “Isso nos d ará poder de fogo para iniciar o Estágio 2 do nosso plano de crescimento no segundo semestre de 2024, com a lavra de Urucum Centro-Sul, onde há 127 mil onças de ouro no pit atual”. E informa que para esse trabalho contratou os serviços da U&M, que conhece bem a operação.
“Nossas minas a céu aberto mais do que financiarão o Estágio 3, que é a lavra subterrânea. Acreditamos que o “Complexo” de Urucum é indiscutivelmente o melhor projeto subterrâneo de ouro não desenvolvido no Brasil e provavelmente um dos três principais do mundo. Atualmente, ainda existem 13 mil onças na mina Urucum Norte, mas a chave para atingir 150 mil onças por ano no longo prazo é ir para o subsolo”, acrescenta Gray.
Para ele, o projeto tem potencial para extrair 4.000-5.000 toneladas de minério por dia com um teor recuperado de 4 g/t (Reserva 160koz @ 4,85 g/t + Recurso Inferido 748koz @ 5,17 g/t). “Nossa modelagem sugere que o Complexo de Urucum terá um custo de caixa de cerca de US$ 800 por onça, o que, ao preço atual do ouro, poderia gerar mais fluxo de caixa em um mês do que nosso valor de mercado atual. Esperamos que este plano de mina cresça consideravelmente à medida que o depósito for aberto em profundidade, tanto ao Norte como ao Sul”.
O CEO informa que tanto a Beadell quanto a Great Panther, antigos controladores, fizeram perfurações extensas e mais profundas com grande sucesso. A Great Panther gastou cerca de US$ 40 milhões perfurando Urucum Norte em 2019-21. Ambos conheciam o potencial subterrâneo e relatavam regularmente furos mais profundos.
Minério de ferro a US$ 5 por tonelada
A Beadell também apostou no potencial de captura do minério de ferro existente nesse sistema e construiu o que hoje é chamado de usina Tucano Green Iron. Os dirigentes da Tucano Gold acreditam que a planta para produção de minério de ferro, que foi operada no passado pela Anglo American, para a Beadell, com capacidade de 500 mil t/ano, pode ser facilmente expandida para 1 milhão de toneladas por ano para produzir um concentrado limpo de magnetita de alto teor, de 67-69%, por um custo de apenas US$ 5 por tonelada de concentrado. “O custo é baixo, porque a planta processa o minério de ferro contido no rejeito do minério de ouro. &ldquo ;Quando voltar a funcionar, produziremos o minério de ferro mais limpo, ecológico e de menor custo do setor e é bastante razoável sugerir que esse subproduto poderia reduzir nosso AISC em até US$ 200 por onça. Nosso investimento para reiniciar é inferior a US$ 2 milhões e o retorno é de cerca de 3 meses com base nos preços atuais do minério de ferro”, esclarece Gray.
Ele opina que o momento para reiniciar a mineração de ouro é perfeito e acredita que o ouro, atualmente, é como o minério de ferro em 2003. “Naquela época, os japoneses eram os maiores compradores de minério de ferro, assim como os indianos foram para o ouro. Depois chegou a China e o mercado de minério de ferro mudou para sempre. O mesmo poderá estar a acontecer com o ouro, onde pensamos que os chineses ultrapassarão dramaticamente os compradores indianos”.
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