Iapen capacita e profissionaliza internos para produção de sabão ecológico
Iniciativa inédita faz parte do projeto ‘Renovar’, que integra propostas do Plano de Governo para ampliar a ressocialização de apenados
O Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) selecionou e capacitou apenados para a produção de sabão ecológico artesanal. As atividades iniciaram como forma de reaproveitar o óleo de cozinha utilizado no preparo dos alimentos da unidade prisional. A ação faz parte do Plano de Governo de fortalecer, ampliar e aproveitar o trabalho dos apenados em obras e serviços com o objetivo de ressocialização dos internos.
O projeto “Renovar” iniciou dentro do sistema penitenciário neste mês de abril, quando a administração do local identificou que, após a produção de cerca de 3 mil refeições diárias, havia uma grande produção de óleo de cozinha queimado que era descartado de forma irregular em ralos, ocasionando entupimento de ralos e degradação do meio ambiente.
O descarte incorreto do produto pode gerar uma série de impactos na natureza e, para evitar essa situação, a administração do Iapen, junto com o Conselho da Comunidade da Vara de Execuções Penais, viabilizou o projeto que usa o material como matéria-prima para os sabões.
Inicialmente três internos participam da execução dos trabalhos, que envolvem a filtragem do óleo, mistura com outros ingredientes em um liquidificador industrial, aquecimento, moldagem e corte do sabão em barras. A fabricação é feita em um único dia, mas passa por um processo de cura para endurecimento que pode chegar a até 20 dias. Quando estiverem prontos, os itens de limpeza serão comercializados e parte do valor servirá de pagamento aos apenados.
O diretor do Iapen, Luiz Carlos Gomes Junior, explica que o processo, além de preservar o meio ambiente, possibilita a qualificação dos apenados e promove um sistema sustentável. Os sabões produzidos também serão utilizados na higienização dos ambientes do sistema penitenciário.
“Parte dessa produção voltará para o Iapen, tanto para a compra de novos insumos quanto para o pagamento de bolsas aos internos envolvidos nesse trabalho. Deste modo, eles conseguem se ocupar através do trabalho e também ajudar as famílias que estão fora dos muros. Todos os internos que estão envolvidos nessa atividade foram selecionados, passaram por entrevista, avaliações psicológicas e pelo atendimento da equipe de assistente social”, destaca o diretor.
É a primeira vez que o apenado João, nome fictício para preservar a imagem, participa da iniciativa. Para ele, a atividade é uma forma de ocupar a mente e também preservar o meio ambiente.
“Está sendo uma experiência ótima, esse é o meu trabalho e me deram essa oportunidade aqui. Está sendo gratificante. Esse óleo que acabaria em rios, no lençol freático, nós pegamos e transformamos”, comenta o interno.
Ressocialização
Além da produção de sabão, o Governo do Amapá também tem desenvolvido outras ações de ressocialização junto ao Iapen com atividades de manutenção predial, marcenaria e digitalização de documentos.
“É uma política que a gente retornou desde o início da nossa gestão do atual, de utilizar a mão de obra carcerária em serviços e com isso diminuir a ociosidade e oferecer uma qualificação profissional a eles”, finaliza o diretor do Iapen.
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