Tradicional Baile de Máscaras conta parte da luta entre Mouros e Cristãos
O tradicional Baile de Máscaras, que aconteceu na noite do domingo, 24, como parte da programação da Festa de São Tiago, em Mazagão Velho, é uma parte rica da história que este ano completa 239 anos.
A dança conta que os cristãos, desconfiados em receber dos mouros comida de presente, decidiram dar parte do alimento envenenado aos animais que amanheceram mortos.
Para comemorar a vitória que achavam ter obtido com o suposto envenenamento de soldados cristãos, os mouros ofereceram um baile de máscaras. Os cristãos teriam ido à festa, e envenenado os mouros com a própria comida. O baile marca o fim do primeiro dia de encenação e conta com a participação de centenas de homens, maioria nascidos em Mazagão Velho.
Abel da Gama Torres Júnior, de 36 anos, cresceu no município e desde os dez acompanha as festividades. “Meu pai é filho desta terra, e hoje seu Abel da Gama Torres, de 65 anos, é o grande responsável pela família estar presente na festividade de São Tiago”, contou.
No baile de máscaras, as mulheres não entram. Essa tradição bissecular é devido à época as mulheres não irem à guerra. A participação feminina fica limitada a prestigiar o baile do lado de fora.
A festa
A festa de São Tiago é uma tradição trazida da África pelas famílias de colonos portugueses, em decorrência dos conflitos político-religiosos entre portugueses (cristãos) e muçulmanos (mouros).
Realizada desde 1777, na vila de Mazagão Velho, o evento consiste na encenação de um espetáculo de fé, que conta a história do guerreiro Tiago, soldado anônimo que lutou ao lado do povo de Cristo, ajudando a vencer as grandes batalhas contra os mouros.
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