Polícia

Presos do Iapen fazem greve de fome e comida é doada para comunidades carentes

Distribuição de marmitas é feita em Macapá e Santana por policiais penais e membros do Projeto Redenção, da Comunidade Evangélica Reviver


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Elen Costa
Da Redação

 

Após as novas medidas para visitação e entrada de alimentos no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) entrarem em vigor, na última segunda-feira, 27, internos do sistema prisional do Amapá, há dois dias, como forma de protesto, estão fazendo greve de fome e rejeitando as alimentações servidas.

 

 

Por meio de um ofício circular, a direção do Iapen informou que diariamente fornece cerca de 8.500 (desjejum, almoço e jantar) refeições aos detentos que cumprem pena na unidade prisional.

 

A alimentação é produzida em larga escala e sem possibilidade de armazenamento. Por isso, o diretor do instituto, Luiz Carlos Gomes dos Santos Júnior, solicitou o comparecimento de entidades da sociedade civil e grupos organizados que desempenham atividades ou projetos sociais nos municípios de Macapá e Santana, para receber as marmitas e encaminhar para doação às populações carentes.

 

Membros do Projeto Redenção, da Comunidade Evangélica Reviver, se voluntariaram e ajudaram os policiais penais na distribuição da comida.

 

Famílias necessitadas e moradores de ruas dos bairros da zona norte, leste e sul da capital amapaense, foram beneficiadas com as marmitas recusadas pelos presos, que variaram entre frango assado e picadinho com macarrão.

 

A promessa dos internos é de que o protesto iria perdurar até a quinta-feira, 30. Mas a direção do presídio acredita que a recusa se entenda até a data de hoje, 30.

 

 

 

Novas medidas

O sistema prisional do estado está se adaptando ao regramento determinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As medidas foram necessárias porque, segundo o diretor Luiz Carlos, as regras anteriores estavam gerando problemas dentro da penitenciária, como o fortalecimento das organizações e o enriquecimento dos criminosos, com o comércio de alimentos, devido a quantidade e tipo de materiais que estavam entrando no local.

 

O processo de disciplinamento foi iniciado no ano passado quando novos preceitos foram aplicados dentro do sistema penitenciário, mais precisamente na Unidade Policial Penal José Éder (UPPJE).

 

O objetivo das novas medidas é de combater o comércio controlado pelas facções dentro da penitenciária, que gera o enriquecimento de alguns presos e endividamentos de outros, além de problemas que permitem o controle das organizações criminosas sobre a população carcerária, bem como a exploração sexual, prostituição e até mesmo estupros no interior do Iapen.

 


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