Quadrilha especializada em falsificação de diplomas é indiciada pela Polícia Civil
Grupo lucrou mais de R$ 12 milhões; penas dos crimes podem chegar a mais de 40 anos de reclusão, além da perda dos cargos públicos
A Polícia Civil concluiu inquérito que apurou um esquema de falsificação de diplomas na Universidade Estadual do Amapá (Ueap). Com a conclusão dos trabalhos, cinco servidores públicos da instituição e outras cinco pessoas foram indiciadas pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa.
De acordo com informações, as investigações iniciaram após a Ueap comunicar às autoridades da segurança pública as supostas irregularidades. Conforme levantamento, o bando criminoso direcionava as instituições privadas interessadas no registro de diplomas a duas empresas criadas e controladas por eles sob a falsa justificativa de que a universidade havia terceirizado o serviço, o que nunca ocorreu.
A Divisão Especial de Combate à Corrupção e a Ueap identificaram a emissão de mais de 62 mil diplomas de modo fraudulento, entre 2019 e 2021. A polícia explicou que o valor para certificar diplomas de instituições de ensino não credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) é de R$ 70, mas a quadrilha cobrava um valor a mais para agilizar o processo e não recolhia as taxas devidas.
Os indiciados receberam indevidamente mais de R$ 12 milhões, de acordo com as investigações vinculadas à operação ‘Graduatio’, que teve a primeira fase deflagrada em novembro de 2021, e que resultou na prisão de quatro pessoas e na apreensão de documentos, dinheiro e munições.
Como funcionava
De acordo com a Polícia Civil, a organização criminosa tinha divisão de tarefas devidamente definidas. Era composta por cinco servidores efetivos da Ueap, sendo um analista de tecnologia, dois assistentes administrativos e dois professores, além de cinco pessoas físicas sem vínculo com a instituição de ensino superior.
Entre os indiciados, dois servidores foram identificados como os líderes do esquema criminoso. Eles se aproveitaram dos cargos públicos para obtenção dos valores indevidos. As penas dos crimes podem chegar a mais de 40 anos de reclusão, além da perda dos cargos públicos.
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