Baixo astral de um populista
Habituado a acompanhar a trajetória política do meu país, limitei-me a manter reservas, procurando analisar e formar opinião sobre o que estava acontecendo, naquele momento. Isso fez com que alguns amigos procurassem saber se eu votaria em Lula.
Ruy Guarany – Jornalista
Articulista
Durante a campanha eleitoral de 2002, que resultou na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, para Presidente da República, quando o slogan ‘Lula lá’ foi massificado de norte ao sul e de leste ao oeste deste Brasil varonil, pessoas naturalmente contagiadas pelo populismo daquele operário do ABC paulista chegaram até a compará-lo aos mais renomados estadistas que deixaram o registro em páginas brilhantes da história de seus países.
Habituado a acompanhar a trajetória política do meu país, limitei-me a manter reservas, procurando analisar e formar opinião sobre o que estava acontecendo, naquele momento. Isso fez com que alguns amigos procurassem saber se eu votaria em Lula. Como resposta, sempre dizia que não, mas, torcia para que ele fosse eleito, só para ver as besteiras que iriam surgir durante o seu governo.
A minha posição, somada aos milhares de brasileiros que preferiram votar em outros candidatos, estava respaldada na crença de que para governar um país, como o Brasil, exigiria formação democrática, preparo acadêmico de estadista e conhecimento pleno das peculiaridades de cada região. E o mais importante: adotar uma postura de austeridade compatível com a democracia sem a necessidade da prática excessiva do empirismo administrativo.
Ao assumir o governo, sem apresentar um projeto viável para o Brasil, Lula se limitou a tomar medidas aleatórias. O aumento do número de ministérios e a criação de empresas estatais, sem um estudo preliminar de viabilidade, aumentou consideravelmente o número de cargos públicos que passaram a ser moeda de troca, beneficiando sindicalistas e apadrinhados de políticos, sem a observância do fator competência, probidade e compromisso com as causas comuns da Nação.
Quando veio à tona o escândalo do mensalão, Lula sempre dizia que não sabia de nada. E mesmo após o julgamento e condenação de petistas mais próximos do governo, chegou a ironizar, dizendo que a decisão do STF tinha 20% de jurídica e 80% política. Com a oposição em minoria no Congresso, conseguiu concluir o segundo mandato, pregando a falsa ideia de que o Brasil ia bem, obrigado, quando, na realidade, o país já revivia o Febeapa (festival de besteiras que assola o país), de Stanislaw Ponte Preta, nos idos da década de 1960.
O escândalo de corrupção da Petrobras, investigado pela força tarefa Lava Jato, apurou que havia sinais do envolvimento do ex Presidente para beneficiar o Partido dos Trabalhadores, através do esquema de pagamento de propinas por empresas que prestavam serviços à estatal. Denunciado pelo Ministério Público e levado à condição de réu, Lula passa a responder processos na Justiça Federal, sendo o mais grave por tentar obstruir a ação da Lava Jato. Para quem se preparava para disputar a Presidência da República, em 2018, é de perder o sono, preocupado diante da possibilidade de se tornar inelegível por força da Lei da Ficha Limpa e passar a viver por um longo período mergulhado no ostracismo político.
Aconteceu em São Paulo – Um oficial do Segundo Exército organizou uma expedição para ir à procura de um irmão, também oficial, que teria sido sequestrado pelo índios Paacas Novas, em Rondônia, e encaminhou um requerimento ao governador Jânio Quadros, pedindo que autorizasse a Polícia Militar a lhe ceder algumas bombas de gás lacrimogêneo para se defender de possíveis ataques dos índios. Jânio deu o seguinte despacho: “Indeferido. O índio brasileiro já tem motivos de sobra para chorar…”
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